“Ei, você aí! Me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí!”. No ritmo de uma das mais conhecidas marchinhas de carnaval, muitas pessoas estão aproveitando a animação dos foliões para aumentar as vendas. Apesar de janeiro e fevereiro serem meses pesados para o orçamento das famílias, com a renda comprometida com os gastos do início do ano, o movimento nas lojas especializadas em artigos de festa foi bom nos dias que antecedem o feriado. Lojistas, vendedores de abadás e fantasias estão lucrando com as programações nos municípios da região.

“A procura tem crescido bastante e nossa expectativa é bastante positiva. Este ano, o pessoal está mais organizado e não deixando para a última hora”, disse proprietária da loja Dancing Days, Thaianny Rosa Moreira.

Entre os artigos mais procurados, saias, bermudas, chapéus e tiaras com frases masculinas direcionadas às mulheres, como “Virei Uber, pego você e suas amigas” e “Apago seu fogo”. Outros produtos e fantasias também bastante requisitados foram tintas, gel de clipe, confetes, serpentinas, chapéus (de pirata, marinheiro ou policial), gel, cocar de índio e perucas.

— O Carnaval é um evento que envolve muita gente que gosta da festa. Preparamos nossos estoques não apenas de fantasias, adereços e acessórios, mas de roupas. Sempre tem alguém procurando uma camisa ou uma bermuda adequada para a época — José Carlos Santos, gerente de uma loja.

Outra tendência deste ano são os arcos e tiaras completam qualquer tipo de fantasia e já apareceram até nos desfiles de moda. Esse é o caso da Fernanda Silva. “Eu não faço muitas fantasias, mas adoro colocar alguma coisa na cabeça e capricho na maquiagem. Eu adoro esse período para dançar e me divertir e fazer muitas fotos também”, disse. “Para quem decidiu ir para o bloquinho de última hora, não é preciso correr para as lojas para encontrar boas fantasias de carnaval, você pode improvisar com coisas que (talvez) já tenha em casa ou que possam ser encontradas em papelarias, por exemplo. Isso deixa o visual com a nossa cara, o que eu acho bem legal”, finalizou.

Os foliões mais animados, porém, não perdem a oportunidade de aproveitar os dias com fantasias mais elaboradas e buscam fantasias completas. A produtora de moda Camyla Dias começou a preparar próprias roupas para o carnaval de 2016 e viu uma oportunidade de faturar durante as festas do rei Momo.

— Em 2016, eu fiz uma fantasia para mim. Foi o primeiro ano que eu saí com uma fantasia feita inteiramente por mim na rua. No ano seguinte, eu e uma amiga saímos todos os dias de fantasia e as pessoas começaram a comentar. A partir daí, as pessoas começaram a me procurar para fazer encomenda — conta

O preço de uma fantasia completa feita pela produtora de moda fica entre R$ 120 a R$ 150. Já os arcos ficam em torno de R$ 20 a R$ 40. Camyla conta que, devido o tamanho da procura, não consegue aceitar mais encomendas para este ano. “Normalmente, as pessoas não chegam com ideia pronta sobre a fantasia. Elas me procuram e a gente vai desenvolvendo o que vai ser feito. Seria melhor se as pessoas não deixassem tão para cima da hora, que eu conseguiria fazer mais. Eu já não consigo pegar mais nenhuma encomenda. De toda forma o faturamento está muito bom”, completou.

Os blocos de carnaval se tornaram uma tradição nas praias da região. Músicos em cima dos trios-elétricos e várias concentrações que incluem bebida e diversão. Só em São João da Barra, cerca de 20 blocos e duas escolas de samba vão entrar na avenida e quem quiser participar das concentrações ou desfilar na área que fica em frente aos trios-elétricos, durante os dias dos eventos, precisa garantir seu abadá. Nanderson Costa é proprietário de uma loja especializada na venda do produto no município. Ele conta que o valor dos abadás de blocos e escolas de samba, neste ano, varia de R$ 35 a R$ 50.

— A venda está boa e vai esquentar agora. Geralmente é na semana do carnaval que a gente vende mais camisas. Tem bloco infantil, adulto e em vários horários na cidade. Então o folião pode escolher. Nós estamos vendendo também camisas das escolas de samba O Chinês e Congos — explicou.