Antes tarde do que nunca, Guarda reage à bandalha
25/01/2020 20:11 - Atualizado em 26/01/2020 09:50
GCM promete agir
O Ponto Final da última sexta (23) foi inteiramente dedicado aos reincidentes transtornos e incidentes das noites e madrugadas do Parque Tamandaré, causados pela clientela de outros lugares levados por uma boate instalada no bairro residencial. Além dos leitores da Folha, o texto viralizou nas redes sociais. E, antes tarde do que nunca, gerou uma reação. Completamente ausente do seu dever de fiscalização das filas duplas, por vezes triplas de carros, formadas na rua Pero de Góis pelos frequentadores da casa noturna, a Guarda Civil Municipal (GCM) promete agora agir, sempre que acionada, em parceria com a Polícia Militar.
Desabafo da PM
Além dos residentes do Tamandaré, impedidos de dormir pelos potentes sons automotivos da seleta clientela da boate, que fazem da rua a sua extensão, a fiscalização do poder público municipal foi cobrada pelo comandante do 8º BPM, tenente-coronel Henrique. Ele desabafou na quinta (22), cuja madrugada terminaria com mais um baile funk a céu aberto na Pero de Góis, a despeito das viaturas da PM que foram ao local: “os demais poderes públicos têm que comparecer, têm que se fazer presentes também. A Guarda Municipal tinha que ter ido lá, infracionado. Tá complicado de ir sozinho? Pede o auxílio da Polícia Militar”.
Fim do jogo de empurra?
A superintendência de Comunicação informou que a GCM não se furtará mais a cumprir seu papel. Se ela não foi acionada na noite de quarta e madrugada de quinta, é porque os residentes do Tamandaré desistiram de fazê-lo, após dezenas de tentativas sem resultado. Para acabar com o jogo de empurra de responsabilidades entre GCM, Postura e PM, finalmente o óbvio acena: os três têm que atuar juntos para impor a lei a quem não tem educação para respeitá-la. Privação de sono é uma forma de tortura. Tanto pior quando usada com quem dorme à noite para trabalhar de manhã. Aguardemos os próximos capítulos...
Primeiro
O NF Transplantes fez ontem a primeira captação de órgãos na região em 2020. Dois rins e o fígado de um paciente de São Francisco de Itabapoana, de 53 anos, vítima de AVC que veio a óbito no Hospital Ferreira Machado (HFM), foram doados com a autorização da viúva. Ele deixa três filhos e outras vidas que seus órgãos vão ajudar a prolongar. Coordenador do NF Transplantes, o médico Luiz Eduardo Castro de Oliveira explicou que, pela vida útil menor do órgão, o fígado seria transplantado ainda ontem. Os rins devem sê-lo até a manhã de hoje.
Consciência
A seleção para transplante, com base em lista de espera e em critérios pré-estabelecidos, já estava sendo definida, desde ontem à tarde, pelo Programa Estadual de Transplantes (PET). Lançado em abril de 2010, o PET é responsável pela aplicação do novo regulamento técnico do Ministério da Saúde, através do Sistema Nacional de Transplantes. Psicólogo do NF Transplantes, Luiz Antonio Cosmelli destacou que a ação para salvar vidas vem sendo favorecida pelo trabalho de conscientização realizado em hospitais, igrejas, escolas e universidades, com apoio da imprensa.
Luto na política
Morreu na noite de sexta-feira, aos 84 anos, o ex-deputado Ibsen Pinheiro (MDB-RS). Ele foi presidente da Câmara dos Deputados entre 1991 e 1993, quando conduziu o início do processo de impeachment do então presidente Fernando Collor, em 1992. Ibsen fazia tratamento de saúde no Hospital Dom Vicente Scherer, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, quando teve uma parada cardiorrespiratória. Antes de entrar para a política, Ibsen trabalhou como jornalista, procurador de Justiça e promotor. Foi ainda advogado e dirigente do Sport Club Internacional.
Histórico
No início da década de 1990, Ibsen foi um dos nomes mais importantes da política nacional, inclusive cotado para disputar a presidência da República. No entanto, acabou afastado da vida política diante do escândalo dos anões do Orçamento. Ele teve o mandato cassado por 296 votos a favor e 139 contra, em um processo polêmico. A ação criminal foi arquivada por falta de provas. Voltou à Câmara em 2006. É dele a emenda que em 2010 deflagrou a polêmica sobre a divisão dos royalties do petróleo, que prejudica os municípios produtores. O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para 29 de abril o julgamento da constitucionalidade da partilha.

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