Proposta de fiscalização pela Guarda Municipal gera críticas
Aluysio Abreu Barbosa 28/01/2020 16:49 - Atualizado em 31/01/2020 16:37
A Prefeitura de Campos informou que a Guarda Municipal finalmente vai fiscalizar, quando acionada, os constantes abusos dos clientes da boate Luxx, na rua Pero de Góis, que têm infernizado as noites e madrugadas do bairro residencial do Parque Tamandaré. A informação fou divulgada no Ponto Final de domingo. Nas operações que a Guarda promete fazer junto com o 8º BPM, será exigido que o morador reclamante acompanhe os desordeiros de outros bairros, não raro bêbados e por vezes armados, como flagrado em vídeos, para registrar a ocorrência na 134ª DP durante a madrugada.
Divulgada em grupos de WhatsApp dos residentes do Tamandaré, a proposta da Guarda gerou muitas críticas: “Na verdade o poder público municipal é totalmente descoordenado, ineficiente e desperdiça recursos escassos. Caso cumprissem o que determina a lei de zoneamento urbano não dariam permissão para fazer funcionar uma boate num bairro residencial, a raiz do problema. Desta forma os órgãos de segurança pública estadual e municipal não teriam que desviar os recursos já carentes para resolver estes problemas. Portanto a (superintendência municipal de) Postura, a secretaria de Obras e (a superintendência de) Segurança deste município ou não se falam ou existem interesses por trás desse funcionamento, que desconhecemos — questionou um residente do Tamandaré. “Com certeza é uma maneira de intimidar!”, concluiu outra moradora.
Diante do que os residentes do Tamandaré encaram como tentativa de intimidação por quem deveria ter obrigação de fazer cumprir a lei, o Blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa, hospedado no Folha 1, ouviu o policial federal e especialista em Segurança Pública, Roberto Uchôa, que deu razão aos moradores do bairro. Ele ressaltou que a PM tem cumprido seu papel, mas reforçou as críticas ao poder público municipal: “O longo período de inércia do poder público municipal com relação aos constantes tumultos que têm ocorrido no Parque Tamandaré, principalmente no trecho onde está localizada uma casa noturna, mostra como os gestores municipais de nossa cidade ainda não entenderam que Segurança Pública também é responsabilidade municipal”.
Ele acrescentou que PM tem enviado viaturas ao local quando acionada, mas, sem o auxílio dos órgãos municipais, fica inviável resolver o problema. Uchôa ainda destacou que, segundo informações, seria exigido que o denunciante estivesse presente para, juntamente com a Guarda Municipal, ir até a delegacia fazer o registro da ocorrência. “Essa é uma medida sem fundamento. Em tempos de disque denúncia e de incentivo ao papel da sociedade civil como auxiliar das forças policiais através do fornecimento de informações, expor a pessoa que faz a reclamação parece ser muito mais uma forma de evitar as denúncias, do que de realmente resolver o problema que aflige os moradores. Se a Prefeitura finalmente compreendeu que tem um papel a ser desempenhado na Segurança Pública, parece que ainda não sabe como desempenhá-lo. A única certeza é que expor o morador não é o melhor caminho para resolver o problema”, advertiu.

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