HPC recebe um mês de complementação que estava em atraso
Virna Alencar 24/01/2020 10:53 - Atualizado em 31/01/2020 16:26
HPC recebeu verba na última quinta
HPC recebeu verba na última quinta / Divulgação
A direção do Hospital Plantadores de Cana (HPC) informou nesta sexta-feira (24) que recebeu o valor referente a um mês da contratualização municipal, no final da tarde de quinta-feira (23), a partir de um uma ordem expedida pela Justiça. A unidade informou, ainda, que o município fez o repasse da verba federal também na quinta-feira. Já os diretores das demais unidades filantrópicas informaram que não receberam a verba municipal, somente o recurso proveniente do governo federal, liberado após a votação do orçamento na Câmara de Vereadores. Mesmo com o depósito das verbas, as entidades sinalizam caos na saúde pública do município mediante as dificuldades para manter o funcionamento dos hospitais.
De acordo com a nota enviada pelo HPC, na manhã desta sexta, os valores depositados não são suficientes para solucionar os problemas financeiros do hospital. "Com esses recursos pagaremos um mês de salário aos nossos colaboradores, medicamentos e ainda uma conta de energia elétrica. Informamos também que esses recursos são suficientes para apenas 30 dias. Cabe esclarecer que o município ainda deve outros três meses ao hospital. A direção aguarda um posicionamento da Prefeitura para discutir um possível calendário de pagamento da dívida pendente", informou.
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, o presidente do Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Estabelecimentos de Serviço de Saúde da Região Norte Fluminense (Sindhnorte) e diretor do Hospital Plantadores de Cana (HPC), Frederico Paes, disse que a dívida da gestão atual com a unidade totaliza R$ 8,8 milhões e destacou o risco de fechamento do HPC devido ao aviso de corte de energia elétrica pelo não pagamento das contas.
Já o presidente da Sociedade Portuguesa de Beneficência de Campos, Renato Faria, apontou que a dívida da Prefeitura de Campos, apenas na atual gestão, chega a R$ 4,8 milhões. Considerando a gestão passada, o valor total da dívida da Prefeitura é de R$ 10 milhões, de acordo com Renato. Quanto à verba federal de R$ 1,2 milhão, liberada na tarde de quinta-feira, disse que foi destinada ao pagamento de 70% do salário de novembro dos funcionários e meio mês dos médicos.
“Só recebemos a verba federal que estava retida por conta do orçamento não ter sido aprovado. Estamos com a folha de dezembro e o 13º dos funcionários em atraso e nada disso muda o quadro de caos que enfrentamos. A insatisfação e a disposição dos médicos de pararem continuam até chegar o ponto de colapsar o serviço”, declarou.
O diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia, Cléber Glória também afirmou que o hospital somente recebeu o repasse federal de R$ 1,8 milhões destinado para o pagamento de funcionários e compra de poucos materiais hospitalares e medicamentos. A dívida municipal é de R$ 3,2 milhões, fora os débitos dos governos anteriores, segundo Cléber.
Já o Hospital Escola Álvaro Alvim informou por meio de nota que “o repasse federal ficou em dia com o repasse feito hoje. Há um bloqueio judicial no valor de 70% da complementação municipal referente ao mês de novembro de 2019, que estamos aguardando o pagamento. Os salários estão em dia com árduo trabalho de gestão financeira da Fundação Benedito Pereira Nunes (FBPN). Estamos com negociação com os fornecedores, por causa desta instabilidade no cronograma de pagamento”.
Em nota, a Prefeitura de Campos falou que "transferiu quinta-feira (23) os valores referentes aos repasses federais. Estes, que se mantêm em dia, foram realizados assim que o Orçamento 2020 foi publicado em Diário Oficial, o que aconteceu quarta-feira (22). Ao Hospital dos Plantadores de Cana, foram repassados R$ 2.242.364,31; à Santa Casa de Misericórdia, o repasse foi de R$ 2.187.582,61; ao Hospital Escola Álvaro Alvim foram repassados R$ 1.498.925,96 e ao Hospital da Beneficência Portuguesa, R$ 1.466.998,89.
 
O Poder Público Municipal acrescenta que já repassou, em 2019, aos hospitais contratualizados, valores referentes a transferências federais, municipais, estaduais e emendas superiores ao ano anterior — 2018 — quando estava rigorosamente em dia". 
 
 
 

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