Outro patamar
23/01/2020 20:01 - Atualizado em 23/01/2020 20:07
O Flamengo, que vem reforçando o seu já ótimo elenco, anunciou hoje a contratação, por empréstimo da Fiorentina, de Pedro. O bom centroavante, dispensado erroneamente da base do rubro-negro em 2011, migrou para o Fluminense em 2014 e brilhou em Xerém, sendo alçado ao time titular.
No tricolor, brilhou no time principal, sendo artilheiro de competições e tendo sido convocado em 2018 para a seleção principal, onde acabou não jogando por ter se machucado. Pedro foi operado e ficou 8 meses sem jogar. Pouco após voltar a atuar pelo Fluminense foi negociado com a Fiorentina.
Na Itália, repetindo o que ocorreu com Gérson (outro ex-Flu) e com diversas jovens revelações negociadas muito jovens para a Europa recentemente, Pedro não deu certo. Foi reserva, pouco entrou em campo e não fez nenhum gol.
Ocorre que o futebol praticado aqui no Brasil é de outro patamar, de qualidade mais baixa, sensivelmente mais baixa. Em via de regra, quem atua aqui ou é muito jovem ainda, ou não teve mercado nos principais centros importadores de jogadores ou é veterano em fim de carreira.
Se destacar aqui, como Pedro se destacou, não necessariamente é atestado de qualidade e muito menos sinônimo de que dará certo em um país com futebol de primeiro mundo a nível de clubes. Isso sem contar com a adaptação de mudança de país, de cultura, distância da família e dos amigos.
E muitas vezes esses jogadores que fracassam na Europa voltam para o Brasil e se destacam novamente, como ocorreu com Gérson, que alcançou no Flamengo a melhor fase da carreira após não dar certo na Roma e no Fiorentina. Ou Gabigol, que voltou a brilhar no Santos e ainda mais no Fla após fracassar na Inter de Milão e no Benfica.
É bem verdade que nem todos se destacam na volta precoce, haja visto o caso de Ganso, hoje no Fluminense após frustrada passagem no exterior, que nunca mais foi o jogador do início de carreira no Santos.
Com a economia do país ainda engatinhando uma retomada após a sua pior recessão na história e o câmbio nas alturas, os clubes brasileiros têm pouco poderio financeiro para competir com os clubes de países de primeiro mundo do futebol e até com os emergentes.
Mesmo o Flamengo, muito bem administrado desde o presidente Bandeira de Mello, hoje com grande poderio econômico a nível nacional, rivalizando com o Palmeiras nesse aspecto, não consegue competir no mercado externo, contratando de lá quem não prosperou, com exceção dos jogadores em fim de carreira.

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    Christiano Abreu Barbosa

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