Crime de Brumadinho: 1 ano! MP-MG denuncia ex-presidente da Vale e mais 15 por homicídio doloso
23/01/2020 21:43 - Atualizado em 23/01/2020 22:17
Nesta semana, completa-se um ano do crime da Vale em Brumadinho. Nessa terça-feira (21), o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) denunciou Fabio Schvartsman, ex-presidente da Vale, mais 15 pessoas pelo crime de homicídio doloso, aquele em que há a intenção de matar. Elas também vão responder por crime ambiental, assim como as empresas Vale e TÜV SÜD.
 
 
A força-tarefa que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho distribuiu a denúncia para a Justiça ainda nesta semana. A barragem I da Mina do Córrego do Feijão se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, deixando milhares de vítimas não-humanas (os animais) e centenas de vítimas humanas. Destas, 259 foram identificadas pela Polícia Civil de Minas Gerais. Os bombeiros ainda procuram 11 desaparecidos, na maior operação de buscas do país.
 
 
Estivemos em Brumadinho de quando a queda da barragem e foi uma das piores vivências que já tivemos. A cidade segue desolada. Milhares de animais morreram soterrados, e muitos outros por abandono, fome e sede.
Segundo o Diário de Pernambuco, o MP-MG descobriu documentos sigilosos numa espécie de "caixa-preta", que mostraram que a Barragem do Córrego do Feijão estava numa lista das barragens em "situação inaceitável de segurança". Para eleger as barragens "top 10" em situação inaceitável de segurança,  a Vale fazia um cálculo monetizado para cada uma, em relação à probabilidade de falhas e custos se efetivado o rompimento. Nesses cálculos havia informações de custo por perda de vida, em média de US$ 2,5 milhões. No caso da Barragem do Córrego do Feijão, o valor por óbito era de R$8,8 milhões por pessoa. No pior cenário para a Barragem, a Vale estimou 215 mortes humanas.
Segundo a denúncia do MP, a Vale calculou o número de pessoas que poderiam ser atingidas, incluindo valores de ventiladores, aspiradores, colchões e carros, com diferenciações de preços por classes A, B, C, D e E.
 
 

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    Thaís Tostes

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