Aroma, um dos Espíritos do Vinho
05/01/2020 20:57 - Atualizado em 05/01/2020 21:03
COLUNA DE VINHOS
Por JOÃO RICARDO CORREIA RODRIGUES
Como já vimos em artigos anteriores existem diversos tipos de análises de vinhos com diversas finalidades, já vimos também como realizar e a importância da análise visual. Hoje vamos ver uma das etapas mais importantes na degustação do vinho que é a análise olfativa, no nariz, se revelam todos os aromas diversos da uva com a qual é elaborado o vinho. Os perfumes dos vinhos são originados pelos seus componentes voláteis, que, após várias etapas, transformam-se em aromas que muitas vezes são muito próximos dos que já nos são conhecidos, pois alguns deles têm, na sua origem, substâncias com semelhanças químicas elementares. Por isso, é muito comum sentirmos o cheiro de furtas vermelhas diversas no caso dos tintos ou de frutas tropicais nos casos dos brancos. Esses aromas revelam as particularidades e características principais de cada vinho.
 
 
O vinho é um ser vivo, pois está sempre em evolução e os seus aromas mudam de características constantemente assim que a bebida sai da garrafa para a taça. Essa evolução também ocorre dependendo de como o vinho é degustado, por isso, é necessário estar atento a cada pequena mudança na maneira de degustá-lo para se poder sentir as nuances de seus aromas.
 
 
Podemos dividir os aromas em três grupos:
 
 
Aromas primários – originários da própria uva, tendo ligação com as vinhas onde são cultivadas;
Aromas secundários – resultados do processo de fermentação alcoólica e da passagem por madeira;
 
 
Aromas terciários – que se se originam no envelhecimento na garrafa e se formam a partir dos dois tipos anteriores, formando um complexo de aromas comumente denominado “bouquet”.
 
 
Os principais aromas encontrados em um vinho tinto são os seguintes:
 
 
Florais: rosas, violetas, jasmins, acácias ...
Frutados: cassis, cerejas, ameixas, morango ...
Especiarias: pimenta, cravo, canela, alcaçuz, noz-moscada ...
Animais: caça, carne, pêlo molhado, couro ...
Vegetais: palha, capim, feno, cana de açúcar, cogumelos, chá, fumo ...
Minerais: vulcânico, petróleo, pedra de isqueiro ...
Balsâmicos: resinoso, pinho, eucalipto, baunilha ...
 
 
Ao servir o vinho não agite a taça, coloque o nariz na taça e aspire e tente perceber os aromas presentes, logo após agite a taça para intensificar os aromas e, por fim, coloque o nariz diretamente na taça e aspire, a percepção dos aromas provavelmente será maior.
 
 
Para melhorar a percepção é necessário treinar a sua capacidade de sentir cheiro. Os complexos aromas de cada rótulo exigem uma sensibilidade grande do nariz, e ela só poderá reconhecer aromas diversos se for exposta constantemente a eles. A memória olfativa, que nada mais é que a capacidade de reconhecer aromas da natureza e guardá-los de forma sistemática na memória, é de suma importância para o amante do vinho que quer se aprofundar nesta etapa da degustação.
 
 
 
 
 
 
Por que cheirar a rolha???
 
 
Vinhos podem apresentar defeitos e o mais comum é o vinho bouchonée. A origem do termo vem de bouchon, palavra francesa que significa rolha.
 
 
O vinho bouchonée apresenta um cheiro forte, devido à contaminação da rolha de cortiça pelo T.C.A. (tricloroanisol). É um aroma que lembra cheiro de pano de chão ou papelão molhado, armário de vó e mofo. Quanto mais tempo ficar na taça, mais intenso ficará o cheiro. Não faz mal à saúde. Estima-se que de 5 a 6% da produção mundial de vinho apresenta esse problema. Na prática, é preciso experiência para detectar um vinho bouchonée. Em um grau inicial, muitas pessoas bebem sem nem perceber o defeito.
 
 
 
 
 
 
A Vinícola
 
 
A Halberth é uma vinícola localizada na cidade de Flores da Cunha, Serra Gaúcha, no estado do Rio Grande do Sul. Atua no mercado há mais de 30 anos. Produz espumantes, vinhos de mesa, vinhos finos (tintos e brancos, secos e suaves), coolers (bebida gaseificada, elaborada com vinho branco de mesa, sucos e aromas naturais de frutas) e suco de uva.
 
 
A tradição em produzir bons vinhos vem dos primeiros imigrantes da Família Andreazza. Com Alberto Andreazza, descendentes de imigrantes italianos, não foi diferente, aprendeu o ofício de cultivar a vinha e produzir vinhos com o pai Jiusepe Andreazza.
 
 
Alberto Andreazza possuía uma cantina rural com uma produção própria de 110.000 litros de vinho. Com o passar do tempo a produção e o consumo foram aumentando então decidiu substituir a cantina rural por uma vinícola. Juntamente com os filhos que se aperfeiçoaram com novas técnicas de produzir e armazenar vinhos. No ano de 1983 surgiu a marca Vinhos Halberth, com produção inicial de 300.000 litros em uma pequena área construída.
 
 
essa época a produção era vendida principalmente no estado do Rio Grande do Sul, com o tempo a Vinícola de Alberto Andreazza e Filhos foi aumentando a capacidade de produção e armazenagem, e conquistando novos mercados em outros estados brasileiros.
 
 
Atualmente a Vinhos Halberth produz 1,2 milhões de vinhos anualmente, e tem a capacidade para armazenar em média 2,1 milhões de litros, em pipas de madeira, aço inox e aço carbono.
 
 
 
 
 
 
Vinícola Halberth
 
 
O Vinho
 
 
Vinho Tinto Fino Seco Merlot – Halberth
 
 
Já falamos da Merlot, mas só para relembrar é uma casta amplamente plantada na região Sul do País. Há quem diga que é a uva emblemática do Brasil. É uma das castas da DO Vale dos Vinhedos, autorizada para criar vinhos varietais e assemblage, com mínimo de 60% da casta. A uva também é autorizada nas IPs Pinto Bandeira, Altos Montes e Monte Belo. A Serra Gaúcha segue o padrão da França, o que resulta em bons exemplares.
 
 
O Merlot no Brasil, no geral, tem aromas e sabores de frutas vermelhas. Os aromas são delicados de frutas mais frescas, já os sabores remetem a frutas mais ácidas, como framboesa e morango; taninos firmes equilibrados pela acidez.
 
 
Produzido a partir de uvas selecionadas não passa por barril de carvalho.
 
 
Cor, vermelho rubi;
 
 
Aroma, fruta preta, ameixa e amora, notas de café torrado;
 
 
Na boca, taninos marcantes com acidez um tanto áspera e sabor persistente.
 
 
Com o tempo na taça apresentou um bom equilíbrio
 
 
Recomendo, uma boa relação custo benefício em torno de R$ 30,00 à 40,00.
 
 
 
 
O vinho de hoje foi adquirido com o Sr. Ariceu Tesche, Gaúcho de Santa Cruz do Sul, representante da Vinícola Halberth, que de forma heroica cruza os rincões desse imenso Brasil, levando os produtos da Serra Gaúcha, dentre eles os vinhos tintos finos e de mesa, sucos, compotas e doces da mais alta qualidade.
 
 
 
 
Quem quiser adquirir os produtos, o Sr. Ariceu passa temporadas em Muriaé – MG (Hotel Arrastão Plaza) e em Itaperuna – RJ (Posto Itavana, Bairro Aeroporto), Tel: 51 9595-8245.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  

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    Nino Bellieny

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