Ponto Final - Jogos tensos
18/12/2019 09:21 - Atualizado em 18/12/2019 09:22
Jogos tensos
Muita gente parou, na tarde de ontem, para assistir ao jogo do Flamengo contra o Al-Hilal pela semifinal do Mundial de Clubes, em Doha, no Qatar. Em Campos não foi diferente, com alguns bares e restaurantes cheios, mesmo em horário comercial. A tensão tomou conta dos rubro-negros, sobretudo quando a equipe campeã asiática dominou a primeira etapa e saiu com a vitória parcial por 1 a 0. No fim da tarde, Campos também teve momentos tensos em outro campo: o político. Apesar do já aparente racha na base, o governo manteve os projetos que chegaram à Câmara junto com o pacote de contingenciamento. E parte deles entrou em pauta.
Derrotas previsíveis
No campo do jogo mais franco, o Al-Hilal foi corajoso. A equipe asiática partiu para cima, colocou as melhores peças, tentou manter um ritmo ofensivo, com marcação sob pressão no campo de ataque, mas não teve fôlego para segurar o Flamengo. Saiu derrotado. No outro campo, com jogo bem mais arrastado e trocas de ofensas a todo tempo na tribuna, o governo também foi corajoso. A efetivação do G8 estava para lá de desenhada nos bastidores, mas, ainda assim, os governistas articularam para manter os projetos em pauta e usaram suas peças na tentativa de convencimento dos vereadores. Também saiu derrotado.
Pior placar em Campos
No placar, o Al-Hilal perdeu por 3 a 1. Pagou o preço por tentar — ainda que tenha tido êxito por boa parte da primeira etapa — jogar de igual para igual contra o time favorito, em um terreno que as surpresas sempre podem acontecer. No campo político campista, a derrota do governo foi ainda maior: 5 a 0. Todos os projetos levados ao plenário na sessão de ontem foram reprovados. E não perdeu mais um, no embalo, porque o presidente da Casa, Fred Machado (Cidadania), retirou de pauta. O objetivo é dialogar com os vereadores e levar ao plenário, novamente, hoje, quando os projetos mais polêmicos também devem ser votados.
Nem sempre é coragem
Ontem, no futebol, o Al-Hilal poderia ser mais prudente, sobretudo após abrir o placar, e jogar totalmente na retranca, explorando somente os contra-ataques. Preferiu o jogo aberto, quem sabe para tentar ser uma surpresa, mas perdeu. Só que na política as surpresas dificilmente aparecem, ainda mais em votações polêmicas na Câmara. No gramado ou nos bastidores, a coragem nem sempre é a virtude mais importante. Bons jogadores, em ambos os campos, sabem que recuar é importante em alguns momentos. Precisa botar a bola debaixo do braço, reunir os companheiros, repensar. Com estratégia, o próximo ataque pode ser mais exitoso.
Sem líder
Durante a tumultuada sessão, o vereador Igor Pereira (PSB) rechaçou ser o líder do racha na base governista e ganhou o apoio de Paulo Arantes (PSDB), que também faz parte do recém-criado G8. “Estão falando que Igor liderou o movimento, mas não é só ele. São todos os oito vereadores”, afirmou. Além dos dois, o grupo também ganhou a adesão de Enock Amaral (PHS), Ivan Machado (PTB), Joilza Rangel (PSD), Jorginho Virgílio (Patri), Marcelo Perfil (PHS) e Neném (PTB). Silvinho Martins (Patri) e Claudio Andrade (DC) também não acompanharam o governo em alguns projetos, mas seguiram a base em três dos cinco votados ontem.
Nível
Em meio a tanta tensão, Fred Machado precisou chamar a atenção dos vereadores em certo momento por causa do baixo nível da troca de acusações entre os membros do G8 e os governistas. Além de ofensas e do público que se manifestou durante as quase cinco horas de discussões, a preocupação ficou por conta do horário. A sessão precisou ser prorrogada por mais duas horas e meia e terminou no limite do tempo. Enquanto isso, o grupo da oposição tentou surfar na onda e aproveitar o momento para capitalizar em cima do racha na base do prefeito.
Para 2020
Já vem de algum tempo os sinais de que alguns vereadores poderiam deixar a base do governo. Nos últimos meses, alguns parlamentares ocuparam a tribuna para reclamar de secretários e do diálogo com a Prefeitura. Porém, integrantes do G8 deixaram em aberto a possibilidade de votar com a base do prefeito caso haja mais tempo para discussão e mudanças nos projetos. Tempo que Rafael alega não ter por causa da queda na arrecadação. A única coisa que parece certa é que o consenso está cada vez mais longe de acontecer em 2019.

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