A Exterminadora de Maridos
20/12/2019 02:23 - Atualizado em 20/12/2019 02:24
BNB Criminal
LIZZIE HALLIDAY: A PIOR MULHER DA HISTÓRIA
Por ALANA SOUSA 
Em 21 de junho de 1894, o mundo se deparava com o primeiro caso de uma mulher condenada à morte na cadeira elétrica. Tratava-se de Lizzie Halliday, serial killer que atuou durante o final do século 19, tendo matado pelo menos cinco pessoas — e suspeita de muito mais. Após sua morte, o The New York Times a descreveu como: a pior mulher do mundo.
 
Eliza Margaret McNally nasceu em 1859, na Irlanda, e ainda criança mudou-se com a família para os Estados Unidos. Aos 20 anos, casou-se pela primeira vez. Seu marido, Charles Hopkins, morreu dois anos depois em circunstâncias misteriosas. E Lizzie fugiu com outro homem. Após um ano, o veterano de guerra, Artemus Brewer, também foi encontrado morto.
Seu terceiro companheiro, Hiram Parkinson, a abandonou em pouco tempo. A mulher então selou matrimonio com um parceiro de guerra de Brewer, George Smith. Nos primeiros meses da relação, Lizzie tentou matar Smith colocando arsênico em seu chá, vendo seu plano falhar, a psicopata decidiu ir embora de Nova York. Reapareceu em Vermont, casada com Charles Playstel. Por razões desconhecidas, ela desapareceu duas semanas depois.
 
 
Foi encontrada na Filadélfia, estava vivendo com a família McQuillan, que havia sido vizinha de seus pais na Irlanda. A vida parecia mais calma para Lizzie, sob o nome Maggie Hopkins ela montou uma pequena loja, na qual trabalhava diariamente. Até que ela resolveu incendiar o estabelecimento para coletar o dinheiro do seguro.
 
A pior mulher do mundo
 
Pelo crime de incêndio, Lizzie cumpriu pena de dois anos na Penitenciária Oriental, na Filadélfia. Ao ser liberada, ela procurou moradia novamente em outro lugar, dessa vez o local escolhido foi a cidade de Newburgh, no Condado de Orange, Nova York.
 
Lá, a homicida conheceu o viúvo Paul Halliday, que morava com os filhos. Inicialmente, Lizzie trabalhava na casa de Halliday como empregada doméstica, mas a relação logo se tornou amorosa e seu hábito bizarro voltou a marcar presença.
 
Lizzie fugiu com um vizinho, dessa vez levando consigo alguns cavalos, que havia roubado. Mais tarde, Halliday diria que o casamento deles foi marcado por “feitiços de insanidade” da esposa. A mulher foi enviada para um asilo, mas logo convenceu o marido a libertá-la.
 
Fora da casa de repouso, a serial killer realizou um de seus piores atos. Colocou fogo no celeiro da casa, matando um filho de Paul — que sofria de doença mental, e era maltratado pela madrasta —. Após o crime, Paul desapareceu, e Halliday afirmou para os vizinhos que o marido tinha feito uma viagem de última hora.
 
Os crimes
 
Desconfiados da história, os moradores da região decidiram comunicar as autoridades, que emitiram um mandado de busca na propriedade dos Halliday. Em 4 de setembro de 1891, Ao vasculhar a casa, os policiais se depararam com uma cena brutal.
 
No celeiro, foram encontrados os corpos de Margaret e Sarah McQuillan. As mulheres que haviam dado abrigo para Lizzie na Filadélfia haviam sido baleadas. Sob as tábuas do piso da residência foi descoberto o cadáver mutilado de Paul Halliday.
 
[Colocar ALT]
Poster de Lizzie / Crédito: Wikimedia Commons
Levada sob custódia, a serial killer se comportava de maneira anormal. Rasgava as próprias roupas e falava de maneira incompreensível. Os detetives, no entanto, acreditavam que ela apenas estava fingindo insanidade.
 
Acusada de assassinato Lizzie esperou julgamento na prisão de Sullivan County, em Monticello, Nova York. Sua estadia no local foi marcada por ações turbulentas. Durante os meses em cárcere a criminosa se recusava a comer, incendiava a cama na qual dormia, tentou diversas vezes se enforcar e chegou a cortar a garganta, para, segundo ela, “ver se sangrava”.
 
Popularidade e sentença
 
O caso de Lizzie Halliday foi noticiado pelos maiores jornais dos EUA, como The New York Times e New York World. Em entrevista para a jornalista Nellie Bly, Lizzie afirmou ter matado os primeiros maridos, e ainda mencionou o nome de outro parceiro, até então desconhecido, cujo corpo ela contou que havia conseguido esconder.
 
A cobertura da saga da serial killer era tão intensa que histórias sensacionalistas começaram a aparecer. Logo, a irlandesa foi ligada aos crimes de Jack, o estripador. “Suspeitamos que esta criatura misteriosa tenha sido relacionada com os horríveis assassinatos de Whitechapel”, escreveu o Daily Times.
 
 
Hospital Estadual Matteawan para os Criminosos Insanos / Crédito: Wikimedia Commons
 
 
Até que em junho de 1894, a assassina foi julgada e sentenciada à cadeira elétrica. Foi o primeiro caso no qual uma mulher foi condenada a morte por eletrocussão. Pouco tempo depois, após o diagnóstico de insanidade ser revelado, o governador de Nova York, Roswell P. Flower, mudou a condenação de Halliday para prisão perpétua.
 
Lizzie foi enviada para o Hospital Estadual Matteawan para os Criminosos Insanos. Na instituição a homicida passou o resto da vida (morreu apenas em 1918), mas não deixou de cometer pelo menos mais um crime brutal: em 1906, esfaqueou 200 vezes, com uma tesoura, a enfermeira Nellie Wickes.
 
+Saiba mais sobre o tema através das obra abaixo
 
Lizzie Halliday: Serial Killer (English Edition), John DuMond (e-book)
 
link - https://amzn.to/2Md6n1V
 
A Condessa Sangrenta, Alejandra Pizarnik (2011)
 
link - https://amzn.to/2DowuxU
 
Arquivos Serial Killers. Made in Brazil e Louco ou Cruel, Ilana Casoy (2017)
 
link - https://amzn.to/34v1Uii
 
Lady Killers: Assassinas em Série: As mulheres mais letais da história - Em uma edição igualmente matadora, Tori Telfer (2019)
 
link - https://amzn.to/2XX79EX
 
Vale lembrar que os preços e a quantidade disponível dos produtos condizem com os da data da publicação deste post. Além disso, assinantes Amazon Prime recebem os produtos com mais rapidez e frete grátis, e a revista Aventuras na História pode ganhar uma parcela das vendas ou outro tipo de compensação pelos links nesta página.
 
mortesEstados UnidosassassinatoIrlandaHistóriamulherserial killer
Leia também
Elizabeth Báthory, a Condessa Sangrenta - Wikimedia Commons
Crimes

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Nino Bellieny

    [email protected]