Dr. Aluízio chega e tucanos voam
Aldir Sales 15/11/2019 14:41 - Atualizado em 22/11/2019 14:07
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Eleito pelo PV e reeleito pelo MDB, o prefeito de Macaé, Dr. Aluízio, deixou sua última legenda após os mais recentes escândalos de corrupção envolvendo os ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão, além da cúpula da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), capitaneada pelos ex-presidentes Jorge Picciani e Paulo Melo, todos presos. Depois de ficar por um período sem partido, Aluízio desembarcou no PSDB. No entanto, a chegada do chefe do Executivo no ninho causou a debandada de tucanos experientes, como o ex-prefeito Sylvio Lopes e o seu filho Silvinho Lopes, que é pré-candidato ao cargo.
No segundo mandato e impossibilitado de disputar a próxima eleição, a bola da vez de Dr. Aluízio para sua sucessão é o vereador licenciado e secretário municipal de Educação Guto Garcia. Considerado o braço direito do prefeito, Garcia continua no MDB, por onde foi eleito em 2016, e não pode mudar de agremiação até abertura de uma nova janela partidária, sob o risco da perda de mandato por infidelidade.
Guto ensaiou lançar candidatura a deputado estadual com apoio do prefeito em 2018, mas desistiu depois que o MDB optou por colocar outro vereador governista no páreo, Julinho do Aeroporto, que obteve 10.623 votos e não foi eleito.
Porém, coube a outro pré-candidato a prefeito, o então vereador Welberth Rezende (Cidadania), o título de candidato oficial do governo municipal à Alerj. Welberth tem como padrinho político o atual presidente da Câmara de Macaé, Eduardo Cardoso (Cidadania), e contou com forte apoio da máquina. Ele somou 31.725 votos e conseguiu uma cadeira no Legislativo fluminense.
A dúvida agora fica por conta de qual será a decisão de Eduardo. De um lado, tem Welberth, que cacifou seu nome com a eleição de deputado estadual. Do outro, o candidato do governo onde seu filho, Thales Cardoso, é secretário de Cultura.
Além de se filiar ao PSDB, Dr. Aluízio também foi escolhido para comandar o diretório municipal da legenda. Anteriormente, o posto pertencia a Sylvio Lopes, que foi prefeito três vezes e deputado federal por duas ocasiões. No partido desde 1995, o experiente político perdeu espaço após a ascensão de Paulo Marinho à direção estadual dos sociais democratas. Marinho é ligado ao governador de São Paulo, João Doria, que tem promovido uma renovação no perfil do PSDB.
Mesmo ainda sem partido, Silvinho Lopes mantém sua pré-candidatura e, nos bastidores, se fala em um possível namoro com o DEM. É o mesmo caso do empresário André Longobardi, que também tinha pretensão de disputar a Prefeitura de Macaé com a chancela tucana. Assim como Silvinho, Longobardi também busca por uma nova agremiação.
Oposição se movimenta nos bastidores
De olho em 2020, o tabuleiro eleitoral de Macaé possui pelo menos sete nomes de pré-candidatos na disputa pela cadeira que hoje é ocupada por Dr. Aluízio. Enquanto o governo ainda tenta encontrar o melhor nome para a próxima eleição, a oposição também tem se movimentado e alguns dos possíveis candidatos aventados até o momento vêm dos mais variados setores.
Colega de Welberth na Alerj, o ex-presidente da Câmara macaense, Chico Machado (PSD), deve concorrer novamente à Prefeitura. Em 2016, contra um Dr. Aluízio ainda com alta popularidade, o parlamentar recebeu apenas 25,3% dos votos e não se elegeu. Em 2018, conseguiu o mandato como deputado estadual com 30.067 votos.
Líder da bancada de oposição na Câmara Municipal, Maxwell Vaz (SD) é outro que desponta como possível candidato. O próprio vereador já colocou seu nome no páreo.
Já na esquerda, o ex-vereador Igor Sardinha (PT) afirmou no Twitter que o partido terá candidatura própria. Ele mesmo também é cotado para concorrer ao pleito.
Eleito em 2018 – inclusive com apoio de Dr. Aluízio – o deputado federal Felício Laterça (PSL) vem perdendo espaço nas análises políticas macaenses. Ex-delegado federal no município, Laterça surgiu como o nome do presidente Jair Bolsonaro para a Prefeitura de Macaé depois da expressiva votação há dois anos. Porém, os episódios em Brasília, com a briga interna no PSL e o distanciamento da ala bolsonarista deixa a tarefa do parlamentar ainda mais difícil.

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