Garotinho e Rosinha acusados de desvio no Governo do Estado
14/11/2019 14:01 - Atualizado em 22/11/2019 14:07
O Ministério Público (MP) estadual denunciou os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho por suspeita do desvio de R$ 650 mil dos cofres do Governo do Estado para financiar a pré-campanha do político da Lapa à presidência da República em 2006. A informação é do site de notícias G1.
De acordo com o MP, o casal chefiou uma associação criminosa. A denúncia diz, ainda, que a então governadora Rosinha assinou um decreto determinando que os órgãos estaduais só poderiam contratar funcionários terceirizados a partir da Fundação Escola de Serviço Público do Estado do Rio (Fesp).
No entanto, segundo a Promotoria, a Fesp não teria mão de obra qualificada para os serviços necessários e, por sua vez, subcontratava Organizações Não Governamentais (ONGs) sem licitações. O MP afirma na denúncia, ainda, que estas ONGs repassavam parte do dinheiro que recebiam para empresas de fachada, que, por sua vez, faziam doações ao diretório fluminense do PMDB, então presidido por Garotinho, que era secretário estadual de Governo.
Após uma série de denúncias, à época, Garotinho fez a famosa greve de fome e desistiu de concorrer à presidência da República, mas se elegeu deputado federal. Também na eleição de 2006, o campista apoiou Sérgio Cabral, que ganhou a eleição à sucessão de Rosinha no Palácio Guanabara.
Com a eleição de Garotinho à Câmara dos Deputados, as investigações começaram a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da antiga regra do foro privilegiado, que foi derrubada no ano passado. Desta forma, o processo voltou para as mãos da Justiça do Rio de Janeiro.
Não é a primeira vez que a contratações de ONGs durante o governo Rosinha rendeu problemas judiciais ao casal de ex-governadores. Os dois já foram condenados pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) à inelegibilidade, por improbidade administrativa, em ações onde são acusados do desvio de R$ 234 milhões da Saúde do Estado. A denúncia fala que a secretaria teria contratado a Fundação Pró-Cefet, que, por sua vez, subcontratou uma rede de mais de 130 organizações não governamentais, entre elas uma centena de ONGs ligadas a igrejas evangélicas ligadas com o ex-governador. A missão das entidades era prestar assistência e atendimento médico em comunidades carentes, mas cerca de R$ 234,4 milhões teriam sido desviados.
Em nota, a defesa dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Matheus disse que desconhece essas informações, e que “os ex-governadores repelem com veemência qualquer envolvimento com essas denúncias”. A nota diz ainda que o ex-governador estranha “o volume de denúncias do Ministério Público do Rio contra ele, apesar de o mesmo órgão ter ignorado por muito tempo as denúncias que Garotinho fez contra integrantes da gestão de Cabral”. (A.S.)

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