Após saída de Bolsonaro, Laterça diz que fica no PSL e Gil prega cautela
Aldir Sales 13/11/2019 00:22 - Atualizado em 22/11/2019 14:06
Gil Vianna e Felício Laterça
Gil Vianna e Felício Laterça / Folha da Manhã
Após uma série de polêmicas que culminou com um racha interno, o presidente Jair Bolsonaro anunciou, ontem à noite, que vai se desfiliar do PSL. Os últimos meses foram marcados vários desentendimentos com o presidente do partido, o deputado Luciano Bivar. Desde então, a legenda ficou dividida entre as alas dos bolsonaristas e dos bivaristas. O senador Flávio Bolsonaro, que presidia a sigla no Rio de Janeiro, também se desfiliou. No Rio de Janeiro, o PSL possui 12 deputados federais e 12 estaduais, porém, o clima ainda é de incerteza.
O deputado federal campista Felício Laterça afirmou que vai continuar no PSL e lembrou que parlamentares eleitos pelo sistema proporcional (vereadores e deputados) não podem deixar a legenda sob o risco de perderem o mandato por infidelidade. Já o deputado estadual Gil Vianna pregou cautela.
— Pessoalmente acho que o presidente (Bolsonaro) está insatisfeito porque queria queria o comando total do partido. Eles já falam em criar um novo partido, mas acho que vai ser bem difícil, uma vez que os próprios ministros do Tribunal Superior Eleitoral vêm falando que existem partidos demais no Brasil — disse Laterça, que completou defendendo a atual direção do PSL:
— O país está avançando, é inegável. Estamos saindo da lama e o governo vai continuar tendo apoio do PSL naquilo quer for o melhor para o país, como já tem acontecido nas votações no Congresso. Sou conservador nos costumes e liberal na economia. Permaneço no partido apoiando as causas que o Bolsonaro defendeu na campanha. Mas o movimento feito por ele foi incorreto, promovendo um racha sem propósito. Hoje não tem partido mais transparente do que o PSL.
Por sua vez, Gil Vianna lamentou a ruptura e disse que o momento é de cautela. “Esse quadro que está se desenhando, infelizmente, é muito ruim para o Estado do Rio, principalmente para o Brasil. Enfrentamos momentos difíceis e contornados de incertezas, já que estamos vivenciando uma situação de recuperação fiscal. Desentendimentos internos, que acabaram se externando. No momento, precisamos ter extrema cautela e aguardar as decisões finais. Contudo, continuaremos com o nosso trabalho e compromisso com os cidadãos fluminenses”, afirmou.
Ao se tornar o segundo maior partido da Câmara, com 53 deputados, o PSL aumentou sua participação no fundo partidário: saltou de R$ 9,7 milhões em 2018 para R$ 110 milhões em 2019 – e a expectativa é que, em 2020, o valor fique entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.
A disputa pelo controle dos recursos levou Bolsonaro e mais 23 parlamentares a pedirem no mês passado o bloqueio de repasses do fundo partidário ao PSL e o afastamento e Bivar da presidência da legenda.

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