Após ser solto, Lula participa de evento em São Bernardo do Campo
09/11/2019 13:32 - Atualizado em 16/11/2019 12:58
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, na tarde deste sábado (9), de um evento de comemoração pela liberdades em sindicato em São Bernardo do Campo. O ex-presidente deixou, nessa sexta (8), a carceragem da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná, onde ficou preso por 580 dias após ser condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção no caso do triplex do Guarujá, no litoral de São Paulo. A Justiça Federal autorizou a soltura do petista depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou, em julgamento na última quinta-feira, validade de prisão após condenação em segunda instância. Além de Lula, a Justiça também mandou soltar o ex-ministro José Dirceu e o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo, que também cumpria pena antes do trânsito em julgado de suas respectivas ações.
Lula deixou a sede da PF pela porta da frente, acompanhado por parlamentares do PT e seus advogados. Ele caminhou em direção aos apoiadores que o esperavam em um palco, onde fez um pronunciamento. Em um discurso de aproximadamente 20 minutos, o ex-presidente agradeceu aos militantes que fizeram um acampamento durante o tempo em que esteve preso. O petista também disse que vai retornar para São Paulo e participará de reuniões no Sindicato dos Metalúrgicos durante o fim de semana.
— Não pensei que no dia de hoje (ontem) poderia estar aqui, conversando com homens e mulheres que, durante 580 dias, gritaram aqui ‘bom dia, Lula’. Vocês eram o alimento da democracia para eu resistir”, afirmou.
Durante o discurso, Lula voltou atacar os integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato. “Se pegar o (Deltan) Dallagnol, o (Sérgio) Moro, alguns delegados que fizeram inquérito, enfiar um dentro do outro e bater no liquidificador, o que sobrar não é 10% da honestidade que eu represento neste país”, disse o ex-presidente que se referiu aos agentes como “lado podre” de instituições que trabalharam, em seu entendimento, “para tentar criminalizar a esquerda, o PT e o Lula”.
O petista ainda criticou o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e anunciou que vai fazer uma nova caravana para percorrer o país. “Depois que eu fui preso, o Brasil não melhorou, o Brasil piorou. O povo está passando mais fome, o povo não tem mais trabalho, o povo tá trabalhando de Uber, tá trabalhando de bicicleta para entregar pizza, tá trabalhando sem o menor respeito”.
Na primeira instância, em decisão do então juiz Sérgio Moro, a pena imposta a Lula era de 9 anos e 6 meses, por corrupção e lavagem de dinheiro. O juiz entendeu que o ex-presidente recebeu o triplex do Guarujá como propina da construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente afirma ser inocente.
Depois, na segunda instância, o TRF-4 elevou a pena para 12 anos e 1 mês. Em abril deste ano, o tempo foi reduzido a 8 anos, 10 meses e 20 dias no Superior Tribunal de Justiça (STJ), considerado a terceira instância.
Enquanto isso, o julgamento da apelação do ex-presidente em outro processo, referente ao sítio de Atibaia, será realizado às 9h do dia 27 de novembro no TRF-4.
Outras figurinhas carimbadas da política fluminense condenadas em segunda instância não poderão deixar a prisão após a decisão do STF. São os casos do ex-governador Sérgio Cabral e dos ex-deputados estaduais Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Melo. A defesa de Cabral até entrou com pedido de soltura, porém, todos também possuem em aberto mandados de prisão preventiva (sem tempo determinado).

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