Carroceiros interditam BR 101 em ato contra proibição do trabalho
Paula Vigneron 11/11/2019 11:27 - Atualizado em 13/11/2019 14:50
Um grupo de carroceiros interditou um trecho da BR 101, em Campos, em uma manifestação, na manhã desta segunda-feira (11). O ato começou por volta das 10h30. Aproximadamente 15 carroças foram colocadas no km 66 da rodovia. Equipes da Polícia Militar, da Polícia Rodoviária Federal e da Arteris Fluminense, concessionária que administra a BR 101, foram enviadas para o local. O protesto é por conta da proposta da lei do cavalo de lata criado pelo vereadora Marcelle Pata.  
 Às 11h, havia engarrafamento de um quilômetro em cada sentido. Sete minutos depois, a faixa sul, no sentido Niterói, foi liberada pelos carroceiros. O trânsito no local ficou em sistema Pare/Siga durante um tempo e às 13h as pistas foram liberadas.
— A motivação da manifestação é porque a vereadora, Marcelle Pata, quer impor uma lei de cavalo de lata e nós não queremos o cavalo de lata. Nós queremos trabalhar com os animais na carroça. Um carroceiro cometeu maus tratos, aí por causa de um, mais de 2 mil famílias vão ter que pagar pelo erro dele? Eu acho isso injusto. Se a gente for comprar um caminhão fica caro, porque a gente tem que pagar IPVA, pagar o caminhão. Aqui, ninguém tem condições de comprar um caminhão e nós gostamos dos animais. A gente cuida de todos eles. Ninguém aqui quer cavalo de lata e pronto. Tem um rapaz que é carroceiro, que até chorou, porque não sabe como vai viver sem esse trabalho, com filho novo pra criar — disse Alex Arrojado, 33 anos e carroceiro há 16.
A Folha da Manhã entrou em contato com a vereadora Marcelle Pata. Segundo a autora do proposta o objetivo é acabar com o sofrimento dos animais e buscar uma opção de trabalho para os carroceiros.
— A questão da manifestação é a questão sobre o projeto que eu protocolei aqui na Câmara para ajudar na verdade, a lei estadual 7194, que é muito vaga, falando só sobre o fim, mas não fala sobre a opção para os carroceiros e nem a destinação dos animais. Então eu protocolei na Câmara uma lei municipal que obrigasse o município a dar uma opção de trabalho para os carroceiros, e uma destinação para os animais , que serão enviados para ONGs, Centro de Controle de Zoonoses (CZZ), e serão adotados também. A gente não quer o mal do carroceiro, é uma troca somente. É o fim do sofrimento animal. O cavalo de lata é a melhor opção para eles continuarem a trabalhar e sem o sofrimentos dos cavalos — informou a vereadora.
 
 
 
 
 
 
 

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