Cerca de R$ 300 milhões devem ser injetados na economia de Campos até o final do ano com o pagamento do 13º salário nos setores público e privado. O montante corresponde ao valor pago aos trabalhadores formais (com carteira assinada) e também aos mais de 70 mil aposentados da Previdência Social. Além de informações de órgãos públicos, a Folha consultou também alguns economistas.

A data-limite para o pagamento da primeira parcela é dia 30 de novembro. A segunda parcela deve ser paga até o dia 20 de dezembro, segundo a legislação trabalhista.

Campos soma perto de 100 mil trabalhadores com carteira assinada, segundo os últimos dados aproximados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério da Economia. A média de salários pagos no município pelo setor privado é de dois salários mínimos e meio.

Há ainda 6.983 servidores estaduais ativos e aposentados. O volume de recursos injetados no comércio com o pagamento do 13º funcionalismo estadual no município é de R$ 36,2 milhões.

Quanto aos servidores municipais de Campos há motivos para preocupação. No último dia 13, quando do pagamento aos servidores que recebem mediante RPA (Recibo de Pagamento de Autônomo), a Prefeitura informou que “irá refazer todo o cronograma de pagamentos”, em virtude da queda drástica da Participação Especial (PE), repassada na última sexta-feira (8), cujo valor foi reduzido quase à metade do pagamento do repasse anterior.

O pagamento do 13º salário aos cerca de 20 mil servidores ativos e inativos representa quase R$ 80 milhões em circulação no comércio local, sendo R$ 14,9 milhões do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos da Prefeitura de Campos (PreviCampos).

Apesar dos graves problemas financeiros que atingem a prefeitura, a superintendência de Comunicação informa que os salários dos servidores municipais serão efetuados no prazo previsto, até o quinto dia útil do mês.

A Previdência Social já efetuou o pagamento da primeira parcela do 13º aos aposentados e pensionistas. A segunda parte, que tem de ser paga até 20 de dezembro, tem descontos do INSS e do Imposto de Renda (IR).

Na avaliação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Orlando Portugal, os recursos representam uma grande oportunidade para o comércio reequilibrar suas contas.

— Essa é uma grande período do ano para o comércio equilibrar suas contas. Com esses recursos, mais o pagamento do FGTS e do PIS, creio que teremos um ano que sinaliza para a chegada de dias ainda melhores para 2020, com as medidas adotadas pelo governo como a queda das taxas de juros. E aqui na região ficamos felizes com as notícias dando conta da recuperação do setor de petróleo e os investimentos do Porto do Açu — avalia.

O presidente da CDL reforça ainda que o movimentação nas ruas e lojas do Centro nos últimos dias reflete a expectativa de crescimento das vendas este ano.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Campos, Roberto Viana, a soma do pagamento do 13º de outros municípios devem ser acrescidos. “Campos é um polo comercial regional. Creio que a este montante de recursos devem ser somados os recursos que chegam dos consumidores de municípios vizinhos que vem aqui para fazer suas compras. A vendas do comércio campista hoje são bem alimentadas também em grande parte por consumidores da região”, afirmou.

Por fim, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Campos (Acic), Leonardo Castro de Abreu, comemora os sinais positivos e o aumento das expectativas. “Esses recursos vão permitir um bom fôlego para o comércio. Os sinais positivos com relação a essa expectativa é que muitos empresários estão também efetuando as contratações temporárias para as festas de fim de ano. Creio que com isso haja uma expectativa de crescimento nas vendas em até 10% este ano, em relação ao mesmo período do ano passado”, disse Leonardo que admite também uma expectativa que os consumidores gastem em média R$ 100 com os presentes.