Cheguei aos 60 anos. Deixei de ser útil?
- Atualizado em 02/11/2019 23:11
 
Tentar isolar os idosos das atividades diárias é um grande erro, afirmam os especialistas. “Meu pai tem 80 anos, não pode mais sair de casa sem ajuda”; “Minha mãe é de idade, não deveria mais morar sozinha”. “Meu pai quer dirigir, quer morar sozinho, quer continuar cozinhando”. Para continuar com suas funções rotineiras é importante fazer uma análise da capacidade funcional do paciente, vendo a sua autonomia e independência. A idade não entra nessa conta.
 
Autonomia e independência
 
Antes de declarar que o idoso não pode fazer alguma coisa ou precisa de ajuda extra com qualquer atividade, duas condições deverão ser avaliadas pelo geriatra: independência e autonomia. A primeira diz respeito às capacidades motoras do paciente, se ele consegue se movimentar sozinho sem qualquer problema. A autonomia se refere às capacidades cognitivas, aos pensamentos e atitudes.
 
Se, após avaliação, o idoso demonstrar que não tem nenhum tipo de dependência, a sua independência deve ser respeitada pela família. E isso é muito comum, de a pessoa passar pela avaliação e provar que está apta a viver sozinha.
 
E mesmo quando há dependência, o idoso não deve ser excluído de toda e qualquer tarefa. É essencial que a família não retire a sensação de ser “útil” do avô.
 
De filho para pai
 
Outra situação comum nos consultórios geriatras é ver a inversão de papeis, o que não deveria existir. Filhos que se sentem pais dos próprios pais geram uma sensação de tolhimento do idoso.
 
A orientação dos especialistas é para que, ao invés de “mandar” no próprio pai ou mãe, converse com eles. “Você continua sendo o filho e seu pai tem a autonomia dele. Ele toma as decisões. O que você pode fazer é trocar uma ideia, sugerir, mas não mandar. A palavra final é do idoso”, explicam os especialistas.

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    Sobre o autor

    Helô Landim

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