Retomada de obra de campus da UFF marcada em comemoração pelo Reuni
Virna Alencar 21/10/2019 18:06 - Atualizado em 23/10/2019 17:39
Genilson Pessanha
A retomada das obras do novo campus da Universidade Federal Fluminense em Campos (UFF-Campos), à margem do rio Paraíba do Sul, abandonadas desde 2012, foi celebrada nesta segunda-feira (21), em evento em comemoração aos 10 anos do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Os 14 deputados federais que tornaram possível a retomada, por meio de emendas parlamentares, foram convidados para o evento. A previsão de retomada das obras é para o meado de 2020, a partir da liberação de uma verba de R$ 25 milhões. A ideia é concluir o primeiro prédio e, a partir de novas articulações políticas, conseguir o valor restante da obra, avaliada em R$ 45 milhões, no Orçamento de 2021.
As comemorações foram abertas, no auditório da UFF, com a apresentação do Coral da Uniti. Em seguida, teve a mesa Universidade pública, sociedade e interiorização, que foi composta pelo reitor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Jeferson Manhães; o assessor parlamentar Luciano D'Ângelo, representando o deputado Chico D'Ângelo; o deputado Wladimir Garotinho; o secretário de Educação de Campos, Brand Arenari, representando o prefeito Rafael Diniz; o diretor da UFF-Campos, Roberto Rosendo; a deputada Talíria Petrone; o reitor da Uenf, Luís Passoni; a pedagoga Michele Gorowski; e a estudante e representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Maria Júlia Eccard.
O esforço coletivo para a obra foi coordenado por Wladimir Garotinho (PSD) que, no dia 11 de dezembro de 2018, esteve na UFF ouvindo a comunidade acadêmica.
- Todo esse processo começou com uma visita que fiz à UFF, onde os diretores, professores e alunos me passaram a realidade da universidade e o principal pedido deles era o término do campus novo que está lá abandonado, desde 2012. Venho trabalhando nessa tentativa de conseguir uma emenda com valor significativo para conseguir retomar aquelas obras. Não foi fácil, outros parlamentares já tinham tentado. Conseguimos, com uma construção política, assinaturas de deputados do PSOL ao PSL, para o nosso regimento de R$ 25 milhões e conseguimos retomar a obra, para dar dignidade e melhorar a educação, ciência e tecnologia não só da nossa cidade, mas também da região, pois a universidade atende a todo o Norte Fluminense – disse.
Wladimir destacou ainda que, esse ano, o presidente Jair Bolsonaro fez uma resolução que garante que toda obra oriunda de emenda de bancada, que tenha mais de 20% concluída, obrigatoriamente terá recurso para o ano seguinte, sendo fator determinante para a conclusão da obra avaliada em R$ 45 milhões, incluindo a construção dos dois prédios, a área comum e o bandejão universitário.
Já a deputada Talíria Petrone (Psol) citou os ataques que a educação brasileira vem sendo alvo nos últimos tempos.
- A gente está vivendo em um momento de duplo ataque a educação brasileira. Por um lado, o contingenciamento que foram aí quase R$ 6 bilhões, depois quase R$ 1 bilhão, que agora está retornando para o orçamento, ainda bem, além dos cortes para bolsas e programas atacando frontalmente o ensino de pesquisa e extensão. Por outro lado, há também uma tentativa de censura de intervenção na escolha de reitores, coordenadores, como a escolha de diretor do Cefet, sendo um processo de incurso de militarização das escolas, da educação básica. O que fazer diante disso? Acho que é entender que a educação é prioritária para incidir no Brasil, que é o nono país mais desigual do mundo. Manter uma universidade aqui, em Campos, de pé é também compreender que o estado do Rio de Janeiro não é só a capital, que é preciso fortalecer o interior, que a universidade movimenta a economia não só da cidade, mas de todo Norte Fluminense, além de produzir ciência, tecnologia, para todo país - disse.
Representando o prefeito Rafael Diniz, o secretário de Educação, Cultura e Esporte, Brand Arenari falou sobre a importância da iniciativa para a educação no município, que por ser pólo universitário atrai estudantes da região.
- Gostaria de destacar a importância desse evento, de todo o processo, que é uma conquista para a nossa cidade, que tem uma história de luta pela educação, prova disso é que a cidade é um dos maiores pólos de educação, sobretudo, a educação universitária do nosso Brasil e isso é motivo de orgulho para todos nós. Quando nós vemos uma comunidade reunida, gerações reunidas, para que possamos ter uma educação melhor e mais oportunidade, isso enche o nosso peito de alegria e de esperança. Tive a honra de ser professor nesse prédio da UFF e ao sentar à mesa vejo o processo de cadeia de construção da educação. Em nome do prefeito, gostaria de agradecer a todos os deputados e a toda comunidade da UFF – destacou.
O diretor da UFF-Campos, Roberto Rosendo comemorou a verba conseguida por meio da emenda parlamentar, que irá amenizar os problemas sofridos pela instituição e beneficiar 3.400 alunos, além de professores e demais funcionários que compõem a comunidade acadêmica.
- É um momento de celebração, de uma conquista extraordinária. No momento muito difícil, do ponto de vista econômico para o Brasil e para as universidades brasileiras, conquistar uma emenda parlamentar de R$ 25 milhões para darmos continuidade à expansão do Reuni, com o término da obra na avenida15 de Novembro, é um milagre. Há dez anos, eram 400 alunos, hoje já são 3.400 alunos, em condições muito precárias porque o nosso campus não ficou pronto e estamos aqui exprimidos, pagando um aluguel absurdo dos contêineres, de R$170 mil, por mês, mais as outras locações os custos ficam em torno de R$ 2,5 milhões, por ano, um recurso que a faculdade não tem para bancar. É uma pena, nós temos uma obra lá que está deteriorando é com essa emenda temos as nossas esperanças reacendidas - afirmou.
Rosendo informou ainda que a universidade oferece 11 cursos, entre graduação e licenciatura, e com um dos prédios ficando pronto, pelo menos 60% deles serão direcionados ao novo endereço.
- A infraestrutura que temos aqui será suficiente para atender pelo menos dois cursos. Mas é claro que nós queremos que toda a obra fique pronta porque ela é adequada para dar suporte aos nossos alunos e professores. Com essa entrega nossos docentes passarão a ter gabinete para trabalhar, poderemos expandir as nossas atividades, teremos salas mais confortáveis e estamos com a expectativa de oferecer novos cursos, como o de Direito, que já foi aprovado, mas faltavam esses recursos - finalizou.

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