Demora na duplicação da BR-101 gera perda de vidas
29/10/2019 12:31 - Atualizado em 29/10/2019 12:37
A tragédia que causou mais uma vítima fatal, um médico campista (confira aqui), na BR-101, poderia ter sido evitada. A duplicação da BR-101 no trecho entre Campos e Rio Bonito, cujo contrato de concessão para a Autopista Fluminense foi assinado há mais de 11 anos, estava prevista para ocorrer até o final de 2016, sendo a maior obra da concessão.
Passados praticamente 3 anos do prazo máximo do contrato inicial, essa duplicação da BR-101 está longe de ser concluída. Foram entregues aos usuários 126 quilômetros de rodovias duplicadas, sendo 60 entre Campos e Macaé (entre o km 84 e o km 144 da rodovia) e 66 entre Casimiro de Abreu e Rio Bonito (entre o km 190 e o km 216 da rodovia).
Cerca de 46 quilômetros entre Macaé e Casimiro de Abreu, no trecho entre o km 144 e o km 190 da BR-101, aguardam licenciamento ambiental, por atravessarem a Reserva Biológica União. O médico campista Matheus Rangel morreu no km 186 da rodovia, próximo ao Trevo de Rio Dourado, em trecho não duplicado, a 4 quilômetros do trecho duplicado.
Há ainda um trecho entre Casimiro de Abreu e Rio Bonito aguardando obras, que necessitou de viadutos vegetados para passagem de animais silvestres sobre a rodovia, em função de atravessar a Reserva Biológica Poço das Antas, um dos principais habitats do Mico-Leão-Dourado, espécie ameaçada de extinção.
A demora na liberação por parte dos órgãos ambientais é cômoda para a Autopista Fluminense, que adia investimentos usando a lei a seu favor. Enquanto a duplicação não é concluída, a rodovia segue, infelizmente, contando os seus mortos, entre eles vários campistas.

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    Christiano Abreu Barbosa

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