Dia da Árvore com replantio e denúncias
O dia pode estar quente, mas, ao chegar em uma área verde, a sensação de uma temperatura mais fresca é imediata. Ontem, a secretaria de Desenvolvimento Ambiental de Campos chegou a plantar 48 mudas de ipês na avenida Arthur Bernardes. Para aumentar a qualidade de vida nas cidades, a Sociedade Brasileira de Arborização Urbana recomenda que exista pelo menos 15m² de área verde pública destinada à recreação por habitante. No entanto, uma pesquisa realizada pelo engenheiro ambiental e professor do Instituto Federal Fluminense (IFF), Carlos Eduardo de Souza, mostra que a realidade campista é muito menor, apenas 0,66m² por habitante. Hoje, data em que se comemora o Dia Nacional da Árvore, a Folha da Manhã traz denúncias de retirada ou ameaça a algumas espécies em Campos.
A pesquisa de Carlos Eduardo teve como foco a área urbana central do município, incluindo a região de Guarus, com um tamanho de 142,09 km², onde vivem 315.135 habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o pesquisador, nela foi encontrada 3,55 km² de áreas verdes e, apenas, 207.284 m² ou 0,21 km² de áreas verdes públicas destinadas à recreação.
— Áreas verdes urbanas que foram consideradas no estudo são áreas com predominância de vegetação arbórea, excluído árvores de ruas, e que contenham no mínimo 70% de solo permeável, livre de edificações, que tenham acesso ao público ou não, que produzam minimamente funções ecológicas, estéticas ou de lazer, como praças, parques, matas ciliares e áreas de proteção ambiental — explica o engenheiro.
Entre os problemas ambientais causados por uma urbanização baseada na retirada da vegetação natural, estão a poluição do ar e os alagamentos, aponta Carlos Eduardo que acrescenta, ainda, que as árvores têm uma função ecológica, estética e lazer dentro de uma cidade.
No Centro, uma acácia se tornou uma disputa entre vizinhos, afirma Francisco Roberto Siqueira, engenheiro civil, 73 anos. “Vi que estão passando uma abaixo-assinado para cortar essa árvore. Espero que não passe porque ela está há anos aí. Uma poda resolve o problema”, defende. Carlos Passos Teixeira, aposentado, 59 anos, conta que ficou surpreso com a retirada contínua de vegetação que fica nas calçadas da avenida Alberto Lamego, no Horto. “Tiraram espécie de mais de 10, 15 anos. Estão colocando cimento em tudo e nós estamos perdendo nosso verde. É assustadora a quantidade de toco de árvore cortadas e eu não sou ambientalista”, afirmou.
A secretaria de Desenvolvimento Ambiental informou que recebeu denúncias de que duas dessas árvores foram retiradas por terceiros. “A Equipe de Fiscalização esteve no local, constatou a veracidade da denúncia e buscou informações junto à comunidade. Todos os abordados disseram não saber sobre a autoria das retiradas indevidas”, completou. Em relação à árvore da Rua Benta Pereira, não há necessidade de corte e, sim, de uma poda também para garantir a segurança da população. “Uma equipe da Arborização será enviada ao local para execução da poda de rebaixamento da árvore”.
As pessoas que tiverem dúvidas sobre serviços de arborização na rua podem entrar em contato conosco, através do telefone (22) 9816- 89588 ou mandar um ofício para o e-mail: [email protected]. O município informou que conta, ainda, com o Projeto Adote uma Árvore, que está sendo ampliado, através de parceria com empresas privadas. “Só neste ano, o projeto plantou mais de 468 árvores em calçadas, áreas verdes, escolas e praças do município”, finalizou.
Replantio - Na manhã de ontem, foram plantadas 24 mudas de ipê amarelo e 24 de ipê roxo, ao longo da avenida Artur Bernardes. A ação da secretaria de Desenvolvimento Ambiental também continua hoje, às margens do Rio Paraíba do Sul, em Lagoa de Cima e em Farol de São Tomé.
O secretário de Desenvolvimento Ambiental, Leonardo Barreto, lembra que as ações já tem ocorrido pela cidade. “Nós já plantamos 50 mudas pelo Centro e hoje (ontem) estamos plantando mudas de ipê, roxo de um lado da avenida e amarelo do outro”, comentou.