Morre, aos 84 anos, o médico campista Carlos José Vieira Barbosa
Paula Vigneron e Virna Alenca 10/09/2019 09:28 - Atualizado em 11/09/2019 13:17
Familiares e amigos se despediram do médico campista Carlos José Vieira Barbosa, de 84 anos, que foi sepultado, na tarde desta terça-feira (10), no Cemitério Campo da Paz. Ele estava internado há 40 dias na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital da Unimed, com um quadro de septicemia e morreu no início da manhã. Com 54 anos dedicados à medicina, ele era conhecido pelo amor ao próximo e pela entrega no exercício profissional. Carlos, que era irmão do ex-prefeito de Campos Zezé Barbosa e tio-avô do atual prefeito, Rafael Diniz, deixa três filhos, netos e esposa. O velório aconteceu na capela A do cemitério, seguido de uma missa de corpo presente, celebrada pelo padre Murialdo Gasparet, da paróquia Sagrado Coração de Jesus.
Na despedida, o prefeito Rafael Diniz fez uma homenagem ao tio-avô. “É sempre uma perda, mas a gente que tem fé entende que todo mundo cumpre o seu papel, conseguimos enxergar de um modo diferente. Ele tem uma história linda na medicina, mas, acima de tudo, uma história de família. Foi um marido, um pai, avô, tio, exemplar, muito amado. Entre as características dele que se destacavam: caráter, humildade, integridade, generosidade, é essa a mensagem que ele deixa para todos nós. Desejo um conforto a toda nossa família, mas sempre com a certeza de que ele está em um bom lugar”, declarou.
A mãe de Rafael, Beatriz Barbosa Diniz falou da trajetória do tio antes dele se tornar médico. “Me lembro das dificuldades que ele enfrentou para se tornar médico. Papai trabalhava para ajudar meu avô para ele se tornar médico. Ele fez ginecologia obstetrícia, então, todos os sobrinhos nasceram com ele e os sobrinhos netos também. Era um tio muito querido por toda família, uma pessoa ímpar na vida de todos”, disse.
Para o padre Murialdo Gasparet, a morte é o momento em que os entes queridos e amigos fortalecem a fé e a esperança. “A morte parece que interrompe uma série de esperanças e buscas, mas esse é o momento em que na verdade entra a fé. É um momento de devolução, estamos devolvendo a Deus aquilo que Ele nos emprestou. Esse entendimento consola a alma e o coração. Estamos no mês da campanha ‘Setembro Amarelo’ que discute sobre pessoas que atentam contra a própria vida. Mas a vida tem que ser natural do momento em que nascemos até a hora que Deus nos leva”, disse.
O oncologista Frederico Paes Barbosa contou que recebeu influência do tio para sua carreira profissional. “Ele foi o primeiro exemplo de médico que conheci. Era criança e ele era o único médico da família. Pude presenciar a maneira dele como proceder, embora fosse muito novo. A simplicidade, a tranquilidade, a competência e dedicação aos pacientes foi muito importante na corporação do que tentei fazer em minha carreira. No lado pessoal, foi uma pessoa excepcional em todos os sentidos, uma pessoa que deixa um legado de honestidade e capacidade de agregar as pessoas”, afirmou.
Um dos filhos de Carlos José, Leonardo contou que a história do pai é marcada pela doação à medicina. Em 2015, ele foi homenageado, junto a outros médicos com 50 anos ou mais de formação, pela Sociedade Fluminense de Medicina e Cirurgia (SFMC). Posteriormente, foi realizada uma solenidade em homenagem aos profissionais na Câmara de Vereadores. “É uma história bonita. A quantidade de gente que está mandando mensagens, entre médicos antigos e novos... A gente só tem amigos, só tem gratidão. Ele é uma pessoa que sempre fez o bem”, disse o filho.
Ainda em 2015, a Câmara promoveu uma sessão solene para comemorar a trajetória de 28 médicos. Presidente da SFMC, Wanda Terezinha Vasconcelos disse, na ocasião, que a iniciativa da Câmara foi uma extensão da homenagem feita a esses profissionais pela Sociedade de Medicina. “Fico feliz por poder participar de um momento especial como esse. Quando leio e releio a história de cada um, me emociono”, afirmou.

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