Equipe Goytaborgs leva robô para o Winter Challenge em SC
Matheus Berriel 21/09/2019 13:35 - Atualizado em 25/09/2019 14:20
Foram aproximadamente quatro meses desde a ideia até que o robô ficasse pronto
Foram aproximadamente quatro meses desde a ideia até que o robô ficasse pronto / Genilson Pessanha
A cidade de Campos foi novamente representada no maior evento de combate de robôs da América Latina, o Winter Challenge, realizado de 12 a 15 deste mês em Concórdia/SC. Entre os robôs apresentados nesta edição do evento, a equipe Goytaborgs, formada por estudantes do Instituto Federal Fluminense (IFF), ficou em quarto lugar na categoria ArtBot com um representante do índio goitacá.
Mesclar cultura com a tecnologia sempre foi um dos objetivos da Goytaborgs, existente há dois anos. O próprio nome da equipe indica que a proposta é ser uma versão ciborgue dos índios que habitaram a região no passado. A criatividade se estende ao batismo dos robôs com nomes como Marreco, Cabrunquinho, Lamparãozinho, Lambreta e Suvaco de Cobra.
Atualmente, o grupo é formado por 20 alunos de diversas áreas, como engenharia da computação, eletrônica, manutenção industrial, design, marketing e mecânica. “A ideia é de que ela fique de legado para o IFF. Então, os alunos vão se formar, vão sair da equipe, e novos alunos entram para fazer uma renovação”, explicou um dos integrantes, Júlio Pessanha.
Embora já tivessem participado anteriormente do Winter Challenge, esta foi a primeira vez que os campistas levaram um robô de ArtBot, que mescla arte e cultura com a robótica. Na categoria, os projetos são avaliados em entretenimento, visual, qualidade do movimento, funcionalidade e originalidade.
— Quando a gente decidiu participar do ArtBot, nós havíamos feito um chapéu seletor do Harry Potter, ele falava, para poder participar de um evento aqui em Campos. Ele teve uma receptividade muito grande. As pessoas chegavam no evento e ignoravam tudo para ver o chapéu — explicou Júlio. Para competir em São Paulo, o grupo optou por um projeto que tivesse relação com a história do município. — A gente começou a procurar como seria a aparência do índio. Só tem um desenho de um português, então é muito difícil. A gente começou a procurar em livros... Uma participante foi no museu, a gente procurou online e fez uma coletânea de situações, de lendas, para transformar em frases que ele fala — pontuou.
Foram aproximadamente quatro meses desde a ideia até que o robô ficasse pronto, sendo dois meses de execução. Para confeccioná-lo, foram usados jornais, cola, caixa de papelão, lã, sucata eletrônica e um livro antigo, além do material necessário para a parte de programação.
Até chegar a Concórdia, os jovens encararam um dia inteiro de viagem, em uma van disponibilizada pelo Polo de Inovação de Campos dos Goytacazes. Todo o cansaço foi recompensado com a boa aceitação do do público, fazendo valer a pena até mesmo as outras 24 horas no retorno para Campos, chegando na noite da última segunda-feira (16).
— A gente não esperava que as crianças fossem brincar e se divertir tanto com ele. A ideia agora é colocar mais sensores nele para que, quando a pessoa estiver falando, ele vire para a pessoa. Colocar também microfone nele, para você fazer a pergunta, não só apertar o botão. São coisas que a gente não estava esperando, mas, como a galera gostou, vamos voltar com ele melhorado — explicou Júlio Pessanha.
Os campistas ainda não receberam os resultados das categorias de combate, que têm como objetivo destruir ou empurrar o robô adversário, mas esperam ficar no top-10 com dois projetos. Com a sensação de dever cumprido, eles sabem da importância de darem continuidade ao trabalho, mesmo com todas as dificuldades. Além das parcerias pontuais, a renda para as viagens é obtida por meio de rifas e barracas típicas em festas.
— O principal foco é você manter os projetos nas outras competições, porque você cria um nome para o projeto. É a segunda competição do Marreco. Tem robôs com 13 anos na competição. Quanto mais você leva os projetos, mais visibilidade ele ganha. Já teve gente perguntando pelo Marreco, e é a segunda competição dele — comentou a estudante Ana Henriques.
O próximo compromisso já está marcado. Nos dias 26 e 27 de outubro, a Goytaborgs participará do Hacktudo, evento que acontecerá na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro. A ideia é levar os mesmos projetos com melhorias, além de robôs de combate menores.

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