A Importância do Sommelier
07/09/2019 10:10 - Atualizado em 07/09/2019 10:22
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COLUNA DE VINHOS COM JOÃO RICARDO RODRIGUES
A coluna desta edição conta com a participação do sommelier Jean Gomes formado no SENAC-Rio, contando como a profissão que é importante para o mundo dos vinhos.
Jean Gomes
Jean Gomes / Fotos-João RR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vamos falar um pouco da história, a palavra Sommelier, tem origem francesa, do termo sommier, assim era chamada a pessoa responsável pelos animais de carga, que puxavam os carros que transportavam comidas e bebidas, entre outros elementos. Com o tempo, o funcionário que era responsável por arrumar a mesa e fazer o serviço levou o nome de Sommelier.
 
 
 A profissão de Sommelier, como atualmente conhecemos, nasceu no século XIX, com o surgimento dos grandes restaurantes e posteriormente dos grandes hotéis, sendo ele o responsável pela escolha e compra dos vinhos e demais bebidas, pelo armazenamento, pela elaboração das cartas, pelo serviço, pela recomendação de harmonizações e outros.
 No Brasil segundo a LEI Nº 12.467, DE 26 DE AGOSTO DE 2011, para exercer a função de Sommelier é preciso, no mínimo, três anos de prática na função, ou um certificado expedido por um curso oficial.
 No Rio de Janeiro existem duas escolas de formação de Sommelier: a Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro (ABS – Rio) que possui um curso em 3 módulos de três meses e meio cada, somando 162hs aula, o certificado é reconhecido pela Association de La Sommellerie Internationale e o SENAC Rio que tem carga horária de 200hs aula e é reconhecido pelo MEC.
 Engana-se quem acha que o Sommelier somente entende de vinho, ele precisa ter conhecimentos gerais sobre bebidas, alcoólicas e não alcoólicas, ou seja, vinhos, destilados, licores, cervejas, chás, cafés, água e outros. Saber sobre azeites, chocolates, queijos, tabaco, coquetelaria, inclusive ter conhecimento básico em gastronomia, senão fica difícil recomendar harmonizações de comidas e bebidas. Tem que saber degustar e conhecer o serviço correto de cada produto e gerenciar o setor de bebidas. É importante o conhecimento de outros idiomas, assim como técnicas de vendas e de marketing.
 Não devemos confundir o Sommelier com o enólogo, o trabalho do Sommelier começa quando termina o do enólogo, ou seja, quando o vinho está pronto, podemos dizer que o Sommelier é o nexo entre a vinícola e o cconsumidor.
 A presença de um Sommelier é um diferencial para qualquer restaurante, pois isso se refletirá numa boa carta de vinhos e de outras bebidas, com uma criteriosa seleção de rótulos, tendo cuidados no armazenamento, realizando um serviço correto dos vinhos e assessorando o cliente na escolha segundo o prato pretendido.
 A profissão também abre oportunidades em lojas especializadas em bebidas, importadoras, vinícolas, nos meios de comunicação como revistas e televisão.
 A Uva
 A Cabernet Franc e a Sauvignon Blanc são as mães da famosa Cabernet Sauvignon. Estudos mostram que no século XVII a cabernet franc já era cultivada no Vale do Loire e depois foi levada para a região de Bordeaux onde se tornou popular por integrar com outras cepas o famoso corte dos vinhos de Bordeaux, mas a cabernet franc também pode ser vinificada sozinha, produzindo excelentes vinhos varietais como os vinhos da região do Vale do Loire. Normalmente seus vinhos são de corpo médio, com boa estrutura, com cor rubi sem tanta profundidade, e com textura macia, quando usada em corte, ajuda a dar corpo, maciez e aroma ao vinho.
 A cabernet franc é fácil de cultivar e se adapta muito bem a diversos climas, tanto quentes como frios. No a região do Vale dos Vinhedos, a cabernet franc era uma das uvas mais plantadas na década de 70 e meados de 80, sendo a base da maioria dos vinhos tintos produzidos na Serra Gaúcha, nas décadas seguintes perdeu espaço para a cabernet sauvignon e para a merlot, a substituição se deu porque as cepas de cabernet franc que existiam tiveram problemas de qualidade. A cabernet franc se adapta muito bem às condições climáticas da Serra Gaúcha florescendo e amadurecendo antes que as demais evitando a temporada de chuvas. Recentemente clones saudáveis voltaram a ser reintroduzidos nos vinhedos e a Cabernet Franc voltou a produzir excelentes vinhos.
Fotos-João RR
 
 
 
 
 
 
A Vinícola
 Localizada no km 5,3 da ERS 431, distrito de Faria Lemos, em Bento Gonçalves na Serra Gaúcha, Criada em 1974, a Vinícola Monte Lemos, mais conhecida por Dal Pizzol, surgiu a partir de uma proposta diferenciada que privilegia a produção controlada. Comandada pelos irmãos Antônio e Rinaldo Dal Pizzol, a vinícola elabora anualmente 300 mil garrafas (225 mil litros) e tem como enólogo responsável Dirceu Scottá.
 A vinícola faz parte da Rota Cantinas Históricas, distante 11 quilômetros do centro de Bento Gonçalves/RS. O projeto é composto por propriedades rurais que retratam a vida cotidiana dos imigrantes italianos que se instalaram nas encostas de Faria Lemos e lá cultivam a videira e seus costumes há mais de 130 anos. O passeio possibilita vasto contato com moradores locais que adoram partilhar dos seus saberes e fazeres, visita às cantinas com degustação de vinhos, espumantes e sucos de uva.
Fotos-João RR
 Fonte site da vinícola: dalpizzol.com.br/home
 A vinícola possui um Ecomuseu, o “Vinhedo do Mundo”, uma coleção com cerca de 400 variedades de uvas, de 30 países, atualmente é considerada uma das três maiores coleções de uvas privada do planeta e a maior da América Latina também tem uma Enoteca que guarda uma coleção de garrafas de safras antigas e representativas, desde a fundação da vinícola e um restaurante.
 O Vinho
 Vinhos Dal Pizzol Cabernet Franc, Safra 2016
 Cor rubi-vivo, brilhante, lagrimas presentes com marcas consistentes, aroma florais e frutas vermelhas, especiarias como pimenta do reino, médio corpo, taninos e acidez equilibrada e final de boca mediano. Não envelhecido em madeira sendo um vinho para ser consumido jovem.
 - Graduação alcoólica: 13% vol;
 - Foram elaborados 20.000 litros deste vinho;
 - Teor Alcoólico: 13.0%;
- Temperatura de Serviço: 15º a 18º;
 - 88 ponto no descorchados 2018
Harmonizado com pão italiano e queijo temperado de Minas Gerais.
Fotos-João RR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nota da Coluna- Nas degustações sempre tomo um outro vinho da mesma variedade de uva e média de preço do pais de origem da cepa, logicamente serão vinhos distintos, porém a qualidade dos vinhos brasileiros está no mesmo patamar, no caso,  um vinho francês Cabernet Franc, Petit Bourgeois safra 2017 da região de Loire.
Fotos-João RR
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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    Nino Bellieny

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