Ponto Final - Governo baixa a corda e anuncia pagamento a médicos
20/08/2019 10:39 - Atualizado em 09/09/2019 14:37
Governo baixa a corda
No impasse entre Prefeitura e os médicos da Saúde Pública de Campos que deflagraram greve no último dia 7, a coluna ponderou: “a hora talvez seja a de baixar a corda”. Ontem, o governo municipal fez esse gesto. Em carta aberta aos médicos, o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) anunciou que hoje serão pagos 50% das gratificações e substituições da categoria. E trouxe 14 propostas técnicas para o setor, entre elas reduzir o desumano plantão de 24h semanais por dois de 12h. Após a divulgação da carta, o presidente do Sindicato dos Médicos de Campos, José Roberto Crespo, se reuniu na Prefeitura com o secretário de Saúde Abdu Neme (PR).
De onde vem o dinheiro
A ameaça às complementações e substituições é fruto da crise financeira do município, cujos recursos do petróleo caíram vertiginosamente com o amadurecimento dos poços da Bacia de Campos. Só de Participações Especiais (PEs), como a Folha mostrou em matéria do último domingo (18), a ex-prefeita Rosinha Garotinho teve média de quase R$ 125 milhões em oito anos. Em dois anos e meio, Rafael teve média 1/3 menor, de quase R$ 41 milhões. Menor ainda foi a última, de quase R$ 35 milhões. Mas sem ela os 50% das gratificações e substituições não poderiam ser pagos hoje. E a próxima PE só vem daqui a três meses.
Para onde vai Campos?
Nada indica que a situação financeira vá melhorar. Os recursos financeiros que Campos teve no começo dos anos 2000, nunca mais voltarão. E foram usados para inchar a máquina pública, cujo custeio se mostra insustentável, e financiar projetos megalômanos de poder. Que deixaram por herança o empenho de 10% dos royalties até 2026, com a “venda do futuro” feita pelos Garotinho. O caminho à frente não é fácil. E será ainda mais difícil sem diálogo, que a polarização virtual das redes sociais afasta cada vez mais das demandas do mundo real. É aquele em que as contas são pagas. Sejam as de um profissional ou de um governo.
“Comandante”
Flagrado em escuta telefônica com autorização judicial, durante as investigações da operação Chequinho, chamando o ex-governador Anthony Garotinho de “comandante”, o ex-presidente da Câmara, Edson Batista (PTB), parece ter voltado ao ninho garotista. Durante a queda de braço pela presidência do partido, perdida para a superintendente de Envelhecimento Saudável e Ativo, Heloísa Landim, Edson chegou a declarar apoio ao prefeito Rafael Diniz (Cidadania) pelas redes sociais.
De volta ao ninho?
Em entrevista ao programa Folha no Ar, na rádio Folha FM 98,3, em abril, o deputado Wladimir Garotinho (PSD) chegou a dizer: “Acho que ele teve que escolher um motivo para poder romper e escolheu colocar a culpa em mim, sem nem eu saber o porquê e espero que ele seja feliz”. No entanto, apesar da discórdia, o parlamentar postou uma foto nas redes sociais onde ele, Edson e outras figurinhas carimbadas do mesmo grupo político, como Dr. Chicão, Geraldo Venâncio, Paulo Hyrano, Wainer Teixeira, Cabo Alonsimar e Renatinho do Eldorado aparecem juntos.
Tabuleiro em SJB
É natural em todo processo pré-eleitoral que muitos nomes apareçam como possíveis candidatos, mas nunca foram tantos como neste ano em São João da Barra. Por ora, são oito da oposição no tabuleiro, mas os entendimentos vão levar a uma redução significativa nos próximos dias. O cálculo é simples, se a oposição tiver vários candidatos, quem fica em vantagem é a prefeita Carla Machado (PP) — ou um nome indicado por ela, caso esteja impossibilitada de concorrer nos desdobramentos da Machadada.
União?
Nos grupos de WhatsApp começou a circular a informação sobre uma reunião que teria acontecido em Grussaí, na residência do ex-secretário de Transportes (na gestão Neco) José Vitor Silva. O encontro, segundo a mensagem, teria reunido quatro dos oito pré-candidatos de oposição: o radialista Emilson Amaral, o vereador Franquis Areas (PL, a caminho do PSC), o advogado Juliano Rangel (PDT) e o ex-coordenador municipal de Esporte e Lazer (governo Carla) João Paulo Almeida (a caminho do PSDB). Todos negam, mas o alinhamento para o fortalecimento de uma candidatura de oposição já começa a ganhar força nos bastidores.
Charge do dia:
José Renato

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