Ação contra Garotinho sem julgador definido
Aldir Sales 17/08/2019 09:52 - Atualizado em 04/09/2019 17:09
Folha da Manhã
Quem vai julgar o novo desdobramento da operação Chequinho envolvendo o ex-governador Anthony Garotinho (sem partido) no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ)? A pergunta continua sem resposta mesmo depois de um mês e 18 dias do político da Lapa protocolar o primeiro recurso em segunda instância. E a novela envolvendo o processo ganhou um novo capítulo ontem depois que a 1ª Câmara Criminal do TJRJ, presidida pelo desembargador Luiz Zveiter, se julgou suspeita pela segunda vez neste período.
Enquanto aguarda a definição de qual órgão da Corte será responsável por julgar sua nova ação, Garotinho continua com as medidas restritivas impostas pelo juiz Leonardo Cajueiro, da 2ª Vara Criminal de Campos, suspesas temporariamente. Cajueiro havia determinado ao réu o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de frequentar o município de Campos, além do bloqueio de R$ 18 milhões de suas contas.
O ex-governador entrou com pedido de habeas corpus no TJRJ no dia 1º de julho para contestar as medidas impostas por Cajueiro. Inicialmente, o processo foi distribuído para a 1ª Câmara Criminal. Porém, os desembargadores se declararam suspeitos porque o presidente do colegiado é Luiz Zveiter, desafeto declarado de Garotinho.
Então, a ação foi redistribuída para a 7ª Câmara Criminal, comandada pelo polêmico desembargador Siro Darlan. Porém, os integrantes do grupo resolveram devolver o processo para a 1ª Câmara por entenderem que não haveria motivo para a suspeição.
Agora, os membros do colegiado reafirmaram a suspeição e o processo será sorteado para uma nova Câmara Criminal. Enquanto isso, o mérito do habeas corpus ainda não foi julgado.
Garotinho também responde a outra ação penal, mas na Justiça Eleitoral, por comandar o que o Ministério Público chamou de “escandaloso esquema” de troca de votos por Cheque Cidadão na última eleição municipal. O ex-governador chegou a ser condenado em primeira instância a 9 anos e 11 meses de prisão, porém, quando o processo chegou a entrar na pauta de julgamentos do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a defesa de Garotinho conseguiu suspender o processo com uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-governador tentou novamente recorrer a Lewandowski para suspender a ação da 2ª Vara Criminal, mas recebeu uma resposta negativa do ministro. 

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