No primeiro dia de tarifa única, dentro do novo modelo de transporte público em Campos, o movimento de desembarque e embarque era grande, na manhã desta terça-feira, na terminal de integração de vans que circulam na Baixada, com ônibus que, de lá, rodam em direção ao Centro, Nova Brasília ou Ceasa, em Guarus. Independente do destino, os passageiros pagaram apenas a passagem nas vans.

Já no retorno para seus distritos, os usuários terão de pagar duas passagens, se não optarem por usar apenas o ônibus. O sistema, que, conforme o IMTT, será mantido por 30 dias, agradou os usuários. "Vim tranquila, no horário certo, mas ainda prefiro os ônibus", disse a diarista Geovane do Espírito Santo, que embarcou no coletivo que faz a linha Novo Jockey-Centro.

A cuidadora Edneia Sardinha Tavares, que trabalha em um bairro da área central, aguardava no terminal a van para retornar à casa, em Mineiros. Sobre ter de pagar duas passagens para voltar ao distrito em que residem, a cuidadora disse: " Por hora, a gente tem de se conformar com o que tem. Mas o patrão está ajudando com a passagem e, quando voltar ao trabalho, no Lacerdão, pagarei apenas uma tarifa, o que vai ajudar", comentou a senhora.

Já a preocupação de Daniela Campos Ribeiro, que desceu da van de Goitacazes, é com os usuários que, como ela, tem vale transporte ou direito à gratuidade, como idosos e estudantes.

— Antes, era uma dificuldade, as vans não aceitavam o passe. Hoje, foi tranquilo, eu paguei a passagem com o vale, mas será que vai continuar? Gostaria que os ônibus continuassem, para não voltar aquilo de vans superlotadas, sem pegar estudantes e idosos nos pontos — comentou ela, que desceu no terminal com os filhos Andrew, de 10 anos, e Maria Ísis, de 4.

Alguns permissionários ainda se mostram preocupados com a mudança. "A população não vai querer pagar duas passagens para voltar para casa. A Prefeitura colocou os ônibus para Farol, por exemplo, tem ônibus de uma em uma hora agora e não mais de 20 em 20 minutos, mas os ônibus continuam saindo lotados da rodoviária velha. As vans vão ficar sem passageiro para retorno aos distritos. E continuamos a verificar coletivos com pneus carecas e sem licenciamento ou emplacamento, tudo ilegal", contou o permissionário Amaro Júnior, que ainda não está com o veículo atuando.

Em nota, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) "reforça que as gratuidades serão mantidas. No caso de pessoas que utilizam o Rio Card, estas também poderão utilizá-lo nos ônibus normalmente. A partir da assinatura do contrato, o transporte alimentador possui até 30 dias de adesão a integração, que pode incluir a utilização do Rio Card, além do Anda Campos.

Não procede a informação de tratamento diferenciado entre os veículos do transporte alimentador e ônibus. As vans/ micros e os ônibus participaram de um processo licitatório. O sistema de transporte coletivo vem passando por uma reformulação e as empresas de ônibus são acompanhadas para regularização de todos os veículos, de forma geral. O IMTT tem trabalhado na fiscalização e, se necessário, retirada dos veículos de circulação em casos em que não estiverem adequados ao bom atendimento à população".