Diante de uma atenta plateia que superlotou, na noite dessa quarta-feira (21), o Teatro Trianon, o economista Ricardo Amorim injetou boas dosagens de entusiasmo e otimismo com o novo cenário que se avizinha na economia brasileira. O evento, realizado pela Rede Uno Imobiliária com apoio do Grupo Folha, entre outras empresas, foi antecedido por uma mesa redonda entre empresários do ramo imobiliário e da comunicação. Depois, aberto a perguntas ao palestrante.

O conjunto de medidas, como as reforma da Previdência, a tributária (ainda em discussão) e a MP da Liberdade Econômica, entre outras, como a redução das alíquotas de importação de máquinas e equipamentos, foram apontadas por Amorim como fundamentais para a recuperação da confiança do mercado.

— O momento é esse. Depois de resolver o problema do buraco fiscal, com a reforma da Previdência e essas outras medidas, a hora é de tirar projetos que estavam na gaveta. Apesar dos problemas que têm sido criados pelo presidente Bolsonaro, o Brasil já está andando e vai andar mais ainda. A economia é movida a confiança. Se a confiança está lá em cima, ela joga a economia para cima; se está em baixo, o efeito é contrário. Este processo está em andamento entre nós e vai deslanchar no mais tardar a partir de 2020 — explicou.

Amorim destacou o crescimento dos países emergentes, fenômeno com capacidade de atrair capitais de fora, com a expansão dos mercadores consumidores.

— Nos últimos 10 anos, de cada quatro dólares gerados no mundo inteiro, três foram para 156 países emergentes, onde se expandem os grandes mercados consumidores. Em 2018, das dez maiores rotas aéreas do mundo, oito eram de países emergentes — ilustrou.

— Não foi à toa que o dono de uma das maiores empresas de aviação dos EUA vendeu a sua lá para adquirir a Azul no Brasil. E voltada para os vôos regionais, um mercado fora das capitais, o que reforça a tendência de crescimento das cidades do interior do país — destacou.

A recuperação da Petrobras e a retomada de sua capacidade de investimentos foram fatores destacados por Amorim com potencial para trazer novo ciclo de investimentos para a região.

— Vale lembrar que a crise que afundou o país nesses anos começou com a Petrobras. Não apenas pela corrupção, mas, principalmente, com a política de preços praticada pelo governo Dilma que nos causou esse e outros tantos estragos. A empresa pagava preço alto pelo combustível importado e vendia aqui por preço artificialmente mais baixo, prejudicando a procura por etanol, destruindo a economia da região — lembrou.