Governo estuda acabar com deduções do Importo de Renda
10/08/2019 17:50 - Atualizado em 15/08/2019 17:50
Divulgação/Hoana Gonçalves/ME
A equipe econômica do governo Jair Bolsonaro (PSL) estuda acabar com as deduções de gastos com saúde e educação do Imposto de Renda (IR). A medida é uma contrapartida para a redução da alíquota máxima da tabela, hoje em 27,5%. Segundo integrantes do Ministério da Economia, o governo também avalia ajustar a faixa de isenção do IR apenas pela inflação.
Tanto o fim das deduções quanto o aumento da faixa de isenção de acordo com a inflação estão sob análise. As mudanças na tabela do Imposto de Renda estão entre os pontos que serão incluídos na reforma tributária da gestão Bolsonaro.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja entregar o projeto ainda em agosto. A ideia inicial era apresentar o texto após a votação do segundo turno da reforma da Previdência na Câmara, concluído na quarta-feira.
As mudanças no IR devem representar uma das pernas do tripé da reforma tributária em construção pelo governo. Antes disso, o governo pretende propor a fusão de cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, CSLL e IOF) no imposto único federal.
Em outra ponta, para permitir uma desoneração da folha de pagamentos, o governo quer criar a contribuição sobre pagamentos, aplicável sobre qualquer transação. As questões ligadas ao IR são sensíveis à opinião pública e devem integrar a última etapa da reforma, comandada pelo secretário da Receita, Marcos Cintra.
Além de alterar o tributo para pessoa física, o governo avalia reduzir a alíquota máxima do imposto também para empresas.
Inicialmente, a equipe econômica estudava uma simplificação radical no sistema tributário do País. Mas optou-se por um modelo mais cauteloso, em que o governo vai iniciar uma reforma branda, submetendo a proposta à análise da opinião pública.
Se a faixa de isenção for corrigida apenas pela inflação, a equipe de Guedes não conseguirá atender à promessa feita por Bolsonaro durante as eleições.
 
 
Na campanha, ele afirmou que estenderia a isenção de IR para pessoas que ganham até cinco salários-mínimos, o que equivaleria a R$ 4.990,00 (hoje, o benefício é válido para quem ganha até R$ 1.903,98 mensais).
Os estudos preliminares já indicam que não há recursos para esse tamanho de isenção e que essa faixa já é superior à média de países equiparáveis.
Para alcançar o patamar de isenção prometido pelo presidente na campanha, seria preciso criar uma nova alíquota, de 35%, para os mais ricos.
Inicialmente, o governo estudava compensar as mudanças na tabela com a definição de um teto para o abatimento do Imposto de Renda com despesas médicas. Hoje, não existe limite. Mas novos estudos falam, agora, em acabar com essa possibilidade de abater os gastos. (A.N.)

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