Mocidade Louca e Madureira do Turf são campeãs do Festival de Samba de Campos
Matheus Berriel 22/08/2019 11:27 - Atualizado em 26/08/2019 14:05
Isaias Fernandes
Mocidade Louca e Madureira do Turf são as grandes campeãs do Festival de Samba de Campos, realizado no último fim de semana. As escolas de samba vencedoras do Grupo Especial foram conhecidas no início da tarde desta quinta-feira (22), em apuração realizada no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop). Não houve descarte nem critério de desempate. Única a desfilar no acesso, a Amigos da Farra confirmou o título e subiu de divisão. Entre os blocos de samba do Grupo Especial, Castelo do Parque Aurora e Os Psicodélicos dividiram o primeiro lugar. Na disputa principal dos bois de samba, a vitória foi do Jaguar. Teimoso do IPS e Boi Guloso foram campeões no Grupo de Acesso em suas respectivas categorias. Foram entregues troféus simbólicos. A premiação oficial acontecerá em feijoada com data a ser divulgada pela Associação dos Bois Pintadinhos de Campos (Aboipic). Nenhuma agremiação foi rebaixada.
Últimas escolas a desfilar no sábado (17), Mocidade Louca e Madureira do Turf confirmaram o favoritismo desde o início da apuração. Ambas receberam todas as notas 10 na primeira cabine de jurados. Na segunda, a Madureira perdeu um décimo em alegorias e adereços, enquanto a Mocidade levou uma nota 9,9 no quesito enredo. As duas terminaram com 159,9, seguidas por Ururau da Lapa (159,2), União da Esperança (158,2) e o rebaixado Boi Sapatão (157,8). No segundo grupo, a Amigos da Farra totalizou 156,8, tendo apresentado o enredo “Do lixo ao luxo”.
Presidente da Madureira do Turf, Marcelo Velasco se emocionou no discurso após a confirmação do terceiro título da agremiação no Grupo Especial. A conquista foi dedicada ao presidente de honra da escola, Pascoal, falecido há um mês e meio, e também à comunidade do Turf Club.
— É muito satisfatório, porque a gente sabe da dificuldade. Infelizmente, um Carnaval com pouca verba. A gente fez mesmo para não deixar a essência do Carnaval morrer — disse Marcelo, aproveitando o momento para anunciar seu afastamento da escola, que neste ano desfilou com o enredo “Saudades da minha infância no Turf”. — Foi um pedido até da família. São 10 anos à frente da Madureira. Meu pai sempre falava comigo e meu irmão: “no dia que estiver dando prazer, continua. Quando o prazer acabar, está na hora de parar”. No momento, acho que o prazer não tem mais. Não pela comunidade, mas pela situação. Você estar brigando, brigando, brigando... O desgaste para fazer tudo para ter que realizar o Carnaval, mudanças de data... Você tem que perder seu tempo, para sua vida. E foi um pedido da mãe, ela pediu para dar um tempinho, respirar um pouco. Quem sabe um dia. É um tchau, não um adeus — afirmou.
Muito confiante desde o desfile, o presidente da Mocidade Louca, Jorge França (Jorginho de Ogum), valorizou a conquista conjunta. “Dividimos o título, mas a gente está aqui para dividir também aquilo de bom que as outras agremiações fazem. O que importa é que a Mocidade está aí com mais um título. Achei justo, tudo direitinho na medida do possível”, comentou. Neste ano, a escola do Morrinho festejou seu 16º triunfo no Grupo Especial com o enredo “Deu a louca no Sertão, Maria Bonita e Lampião. Nordestino sim sinhô e falo oxente”. Segundo Jorginho, o do próximo ano deve ser “Uma estrada sem fim”.
Isaias Fernandes
Não faltou emoção na apuração dos blocos de samba do Grupo Especial, realizada no final da manhã. Castelo do Parque Aurora, Os Psicodélicos e Unidos do Capão (Bruc) empataram na primeira cabine de jurados, com 79,7 pontos. Na segunda, o Bruc acabou ficando para trás, enquanto os demais seguiram disputando nota a nota. Os Psicodélicos chegaram ao último quesito com um décimo de vantagem, mas o 9,8 recebido em alegorias e adereços fez com que o troféu fosse dividido, pois o Castelo havia levado 9,9, causando igualdade em 159,4 nas notas finais. Terceiro na classificação, o Bruc fechou com 159,1.
Em 51 anos de existência (o enredo “Jubileu de Ouro” é alusivo aos 50º aniversário, comemorado em 2018), este foi o 31º título do bloco do Morrinho no Grupo Especial, o sexto consecutivo, aumentando sua hegemonia histórica. A conquista do Castelo do Parque Aurora foi inédita, com o enredo “Na dúvida do que é certo ou errado, respeite os dois lados”. No Grupo de Acesso, o Teimoso do IPS triunfou com o enredo “Boas Festas”, totalizando 159,0 pontos, contra 155,6 do Juventude da Baleeira.
A categoria dos bois foi dominada pelo Jaguar, campeão da divisão principal com 159,5. O desfile com o tema “Saudade”, sobre os antigos Carnavais, foi penalizado apenas nos quesitos abre-alas — em três décimos — bateria e confecção do boi — ambos em um décimo. Em segundo ficou o Boi Travolta (158,2), seguido pelos bois Zulu (158,2) e do Canto (157,9). A comemoração no acesso foi dos componentes do Guloso, vitorioso com 158,2 pelo desfile que teve como tema “Sou negro, sou raça, sou show, sou Nego Joe”. O Boi Beira-Rio somou 157,4.
Classificações finais:
Escolas de samba:
Grupo Especial
Mocidade Louca e Madureira do Turf — 159,9 (Campeãs)
Ururau da Lapa — 159,2
União da Esperança — 158,2
Boi Sapatão — 157,8
Grupo de Acesso
Amigos da Farra — 156,8 (Campeã)
Blocos de samba:
Grupo Especial
Castelo do Parque Aurora e Os Psicodélicos — 159,4 (Campeões)
Unidos do Capão (Bruc) — 159,1
Grupo de Acesso
Teimoso do IPS — 159,0 (Campeão)
Juventude da Baleeira — 155,6
Bois de samba:
Grupo Especial
Boi Jaguar — 159,5 (Campeão)
Boi Travolta — 158.8
Boi Zulu — 158,2
Boi do Canto — 157,9
Grupo de Acesso
Boi Guloso — 158,2 (Campeão)
Boi Beira-Rio — 157,4

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