"Era uma vez em... Hollywood" no Kinoplex
14/08/2019 18:04 - Atualizado em 26/08/2019 13:56
Divulgação
Um dos cineastas mais respeitados do mundo, o estadunidense Quentin Tarantino volta a ficar em voga nas telonas brasileiras. Nono filme dirigido por ele, “Era Uma Vez em... Hollywood” (Once Upon a Time in Hollywood, 2019) estreia hoje no país. Em Campos, é possível assistir ao longa-metragem no Kinoplex, cinema do shopping Avenida 28, com sessões às 14h30, 17h40, 20h50 e 21h. Está disponível apenas a versão legendada, com imagem digital. Classificação: 16 anos.
Com duas horas e 41 minutos de duração, a comédia-dramática revisita a Los Angeles de 1969, onde tudo estava em transformação, através da história do astro de TV Rick Dalton, interpretado por Leonardo DiCaprio, e seu dublê de longa data, Cliff Booth, vivido por Brad Pitt. A dupla traça seu caminho em meio a uma indústria que sequer reconhece mais. As múltiplas histórias paralelas presentes no filme fazem um tributo aos momentos finais da era de ouro de Hollywood.
— Quentin Tarantino é um diretor surpreendente, e uma de suas características mais marcantes é sua cinefilia. Logo, um filme retratando Hollywood em um de seus períodos mais marcantes gera curiosidade. Certamente, o filme é riquíssimo em detalhes e referências da época, promete uma imersão na Los Angeles da época, cheia de estilo, grandes músicas e diálogos afiados, outras características marcantes do cinema do diretor — disse o publicitário Felipe Fernandes, crítico de cinema da Folha da Manhã.
Lançado mundialmente em maio, no Festival de Cannes, “Era Uma Vez em... Hollywood” tem como pano de fundo o assassinato da atriz e modelo estadunidense Sharon Tate, em 1969. Outra personalidade representada é o ator e lutador chinês Bruce Lee, que morreu em 1973.
— A partir do que eu já li, parece que ainda continua sendo o estilo do velho Tarantino, que cria nas telas um outro mundo, diferente do mundo real. É isso que ele faz ao colocar Brad Pitt lutando contra Bruce Lee, que não existe mais. Cria toda uma fantasia em relação a Hollywood, com uma história que praticamente não existiu, mas, ao mesmo tempo fazendo relação com o que existiu, que é o assassinato da Sharon Tate, mulher de outro cineasta (Roman Polanski), em 1969. Ele coloca isso no filme também, faz uma relação — disse o professor e historiador Aristides Soffiati, outro crítico de cinema da Folha.
O pequeno número de aparições da atriz Margot Robbie, responsável por interpretar Sharon Tate, reacendeu uma polêmica envolvendo Tarantino, apontado por alguns críticos como machista.
— Ele respondeu muito mal a uma pergunta sobre isso em Cannes. Deu uma de Bolsonaro, com uma resposta grossa — citou o jornalista, poeta e cinéfilo Aluysio Abreu Barbosa, diretor de redação da Folha da Manhã. — O cinema é para contar histórias. E homens também fazem parte da espécie humana. Ele tem três filmes com as protagonistas femininas: “Jackie Brown” (1997), “Kill Bill - Volume 1” (2003) e “Kill Bill - Volume 2” (2004). Acho, sinceramente, que é uma discussão muito chata. O politicamente correto é muito chato. E Tarantino pode ser tudo, menos chato — enfatizou.
“Era Uma Vez em... Hollywood” vem sendo anunciado por Quentin Tarantino como o penúltimo filme de sua carreira, adjetivada por Aluysio como revolucionária.
— Acho que não é nenhum favor dizer que o cinema do último quarto do século XX em diante passou a ser dividido em antes e depois de Tarantino. Antes e depois de “Cães de aluguel” (1992) e “Pulp Fiction” (1994), (este) que ganhou o Palma de Ouro em Cannes e o Oscar de roteiro. Tarantino é um cinéfilo que virou cineasta. A formação que ele tem é como ator, não tem formação acadêmica como diretor. É um excelente roteirista. E é um cinéfilo que virou cineasta. A grande revolução de Tarantino está em dialogar com tudo o que houve antes no cinema — afirmou Aluysio, apontando como exemplo uma referência no título aos filmes “Era Uma Vez no Oeste” (1968) e “Era uma vez na América” (1984), ambos do italiano Sergio Leone. Martin Scorsese é outro com influência no cinema de Tarantino. (A.N.) (M.B.)

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