Durante a ditadura militar, os jornalistas de boa parte dos grandes jornais se dividiam entre os que eram de esquerda e os que eram mais de esquerda ainda. O Globo não fugia à regra.
O ex-governador da antiga Guanabara, Negrão de Lima, certa vez contou um diálogo que teria havido entre Júlio Mesquita, dono de O Estado de S. Paulo, e o Roberto Marinho, de O Globo.
Mesquita queria saber se não era perigoso ter tanta gente de esquerda na redação. Resposta de Marinho:
— No Brasil, é impossível fazer jornal sem comunista, assim como é impossível fazer teatro sem veado.
(Márcio Bueno)