A Correta Escolha da Taça de Vinho
COLUNA DE VINHOS
João Ricardo Rodrigues
Tenho recebido alguns questionamentos sobre a escolha de taças para se tomar vinho, bem vamos lá, a escolha certa da taça tem a sua importância para que possamos aproveitar tudo de bom que o vinho tem a oferecer, porém não é um impeditivo para você tomar o seu vinho, pois em alguns momentos não teremos a taça ideal.

Existem vários tipos de vinhos no mundo, assim iremos encontrar uma boa quantidade de tipos de taças, como o nosso objetivo no momento são os vinhos tintos finos irei me ater somente nas principais taças utilizadas na degustação desses vinhos.

A escolha da taça para um vinho específico não é apenas uma questão de etiqueta ou convenção, se feita de maneira correta, ela irá realçar as principais características da bebida, pois a taça correta irá permitir a melhor avaliação da cor, aroma e do sabor do vinho.


Irei apresentar três taças que acho importantes para a correta degustação e que servem para praticamente todos os vinhos tintos.


Taça Bordeaux
 
 
 
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Com bojo grande e borda mais fechada, a taça Bordeaux é perfeita para a degustação de vinhos tintos encorpados e com muitos taninos, como Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah (por essa razão foi batizada com o nome da imponente região francesa, famosa pelos tintos encorpados e tânicos). Seu bojo grande favorece a evolução dos aromas, que ficam concentrados por causa da borda mais fechada. Outro detalhe também é importante: a aba das taças deve ser fina, para impulsionar a bebida para a ponta da língua, aumentando a percepção dos sabores frutados e do corpo do vinho.


Taça Borgonha
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Conhecida por ter formato de “balão”, a taça Borgonha é projetada para os vinhos conhecidos como os mais complexos do mundo, os Pinots da Borgonha. O bojo, maior do que o da taça Bordeaux, permite maior contato com o ar, abrindo até os segredos mais profundos do vinho à taça. Em vez de projetar o vinho para a ponta da língua, a aba mais espessa das taças tem a intenção de levar a bebida acima do meio da língua, minimizando a percepção da acidez e demonstrando mais o aspecto de maturidade do vinho.


 
Taça ISO
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A taça ISO funciona como uma espécie de coringa, servindo para todos os tipos de vinho. Foi projetada pela Organização de Padrões Internacionais (International Standards Organization, em inglês). A taça tem bojo maior, num formato que contempla o equilíbrio entre alongado, arredondado e fechado na parte de cima, fazendo com que seja especialmente boa para a percepção de aromas. Apesar disso, é a taça mais utilizada para degustações técnicas.


 
A Uva
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Praticamente todos que apreciam a degustação de vinhos finos já provou algum varietal ou corte da Cabernet Sauvignon. Conhecida como a “Rainha das Uvas”, está presente em todas as principais regiões produtoras de vinho ao redor do globo.

Pertencente à espécie vitis vinifera, é originária de Bordeaux, na França, a principal região vinícola do mundo. Aparece com este nome desde registros do século XVIII, tendo sido recentemente constatado ser uma variedade proveniente do cruzamento entre as uvas Cabernet Franc e Sauvignon Blanc.

Normalmente em Bordeaux região que fez com que os vinhos dessa uva ficassem mundialmente conhecidos e onde são produzidos alguns dos vinhos mais caros do mundo e utilizada na produção de vinhos de corte elaborados a partir da mistura de Cabernet Sauvignon com Merlot, Cabernet Franc e em menor escala com Petit Verdot, Malbec e Carménère.

Por ser uma uva cultivada nas mais diversas partes do mundo, o vinho Cabernet Sauvignon tem uma variedade enorme de aromas, dependendo da região onde foi produzido.

Via de regra, o bago é pequeno e bem escuro, mas com possibilidade de oferecer grande concentração de aromas e sabores, pode-se dizer que suas principais características são de um vinho encorpado, com aroma de frutas vermelhas escuras, como amora, mirtilo e ameixa, textura refinada e altos níveis de taninos. Os melhores vinhos produzidos com essa uva são bem encorpados, de coloração bem escura e com grande complexidade de aromas e sabores, que variam de frutas vermelhas escuras, quando ainda novos, até tabaco, trufa e couro depois de maduros.

Atualmente, juntamente com a Merlot, é a principal cepa responsável pela produção de tintos nacionais e que apresenta características ligeiramente diversas conforme o clima local.

A estrutura complexa do vinho Cabernet Sauvignon, a grande concentração de taninos e a alta acidez fazem com que ele seja um vinho perfeito para ser degustado numa refeição, pois a harmonização do vinho com a comida torna a sua degustação muito mais saborosa.

A Cabernet Sauvignon, harmoniza bem com carnes pesadas e gordurosas, como de vaca, cordeiro e vitela, também escolha esse vinho quando estiverem presentes, no tempero, ervas como hortelã, alecrim, tomilho, orégano e manjericão.

Curiosidade

Ainda na Roma Antiga, a Cabernet Sauvignon aparece com o nome de “Biturica”, nome de uma tribo bárbara do noroeste europeu.


O Terroir

Localizado na região conhecida como Sete Povos das Missões, referência histórica dos sete aldeamentos instalados pelos Padres Jesuítas na região Oeste gaúcha entre os anos de 1682 e 1706. Podemos até afirmar que os Padres Jesuítas foram os primeiros a implantar a vitivinicultura na região.

A região apresenta um coeficiente hélio-pluviométrico muito bom e um excelente potencial de solo e clima, com elevados índices de radiação solar, estações bem definidas, adequada amplitude térmica e menor incidência de chuvas, proporcionando mais uma região vitivinicultora “ Terroir Missioneiro” que começa a se consagrar na produção de excelentes vinhos finos.


A Vinícola
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A Vinícola Fin é uma empresa familiar com produção própria de uvas e vinhos, localizada na Rodovia BR 285, Km 509 - Entre-Ijuís, fica na rota turística que liga Santo Ângelo “Capital das Missões” ao Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo(Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1983) localizado na cidade de São Miguel das Missões.

Vale muito a vista aos locais históricos da região.

Breve Histórico

Tudo começou em 1876 com a vinda do patriarca da família LUIGI FIN nascido em Arzignano, na província de Vêneto, na Itália, para Campo dos Bugres (hoje Caxias do Sul), a continuidade se deu com Patrício Fin em Três de Maio - RS. Jorge Fin, 3ª geração dos Fin no Brasil mantém vivas as raízes e a tradição familiar na elaboração de vinhos e cultivo de videiras.

(Fonte site da Vinícola Fin, https://www.vinicolafin.com.br/principal.php#inicio).



A Vinícola Fin é biodinâmica, ou seja, não utiliza produtos químicos no cultivo e na produção dos seus vinhos sendo também 100% sustentável buscando produzir o próprio adubo com as sobras dos materiais utilizados no processo da produção do vinho. A vinícola produz 60 mil garrafas por ano.

No terroir são cultivadas cepas de origem francesas como a Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat e a Italiana Ancellota, dessas uvas são produzidos vinhos finos varietais, também produz outras variedades utilizadas para produção de vinhos brancos e tintos de mesa, espumantes e sucos, para o envelhecimento dos vinhos utiliza exclusivamente barricas de carvalho francês.

A vinícola recebe visitas individuais, famílias e grupos de turistas sem precisar agendar.


Bom agora que escolhemos a nossa taça e a uva vamos ao vinho dessa semana!!!!


O Vinho
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A escolha desse vinho é especial, pois vem da minha terra natal e foi presente da minha cunhada Ana Paula Cacenote e do meu irmão Jones Ronaldi.

Coleção 7 Povos Vinho Tinto Seco, Cabernet Sauvígnon, Safra 2015.

Cor Rubi intenso com viscosidade persistente com marcas de lágrimas, aroma de frutas vermelhas maduras, um pouco de floral e especiarias, na boca se apresentou de médio corpo, boa acidez, taninos moderados, final de média persistência.

Depois de 1 hora no decanter os aromas abriram mais e os taninos suavizaram.

Teor alcoólico 12,8 %

Temperatura de serviço entre 14 e 18°

Preço médio entre R$ 40,00 e R$ 55,00
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Harmonização picanha no forno e queijo parmesão.
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Nota da Coluna
Nas degustações sempre tomo um outro vinho da mesma variedade de uva e média de preço que seja do pais de origem da cepa, logicamente serão vinhos distintos, porém a qualidade dos vinhos brasileiros estão no mesmo patamar, no caso de hoje foi um vinho francês Cabernet Sauvígnon classificação Vin de Pays.


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    Nino Bellieny

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