O Velho Mané Velho
BNB Exclusivo
Por Etelvis Faria

Dediquei algum tempo de minha vida à pescaria, me considero um bom pescador, fui do tipo que investe um bom tempo e algum dinheiro, entre "tralha" e revistas que assinava e recebia mensalmente.

Adepto do "Pesque e solte", modalidade onde se solta o peixe após capturado, não coleciono grandes troféus, mas sim ótimas memórias.

Vez ou outra saía para pescar pequenos peixes, nas épocas de água clara, rio baixo, nos meses sem "r", maio, junho, julho e agosto; vara de bambu, um embornal a tira colo, uma pinça hemostática e um saca-anzol feito de bambu, ia ao meio do rio, água do joelho a cintura, me colocava a capturar pequenos peixes, estes confesso que não os soltava, a não ser na gordura quente depois de limpos, dentre eles o mais comum era o mané-velho, na verdade o nome correto é jacundá, o consideram um peixe bobo, por vezes ao ser fisgado mantém-se preso ao anzol, sem fazer força, e ao recolher a linha para checar a isca percebemos que havia sido capturado.

Já não pesco a bastante tempo, hoje dedico até mesmo as folgas ao trabalho.
As melhores pescarias são aquelas que não fizemos, e hoje me arrependo de não tê-las feito, por preguiça, cansaço ou ocupação.

Lembro-me de uma em particular, havia marcado de ir pescar com um Tio, cedo, num domingo, e por algum motivo fiquei acordado até tarde na véspera, e quando acordei já era tarde, ele havia me esperado, mas depois se adiantou para outro compromisso, esta pescaria eu nunca mais irei fazer...

Já se passaram 3 anos, e foi em um mês sem "r" que eu o perdi.

Julho/2019

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    Nino Bellieny

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