Um outro desfecho
- Atualizado em 24/08/2019 18:33
Na última terça-feira, 20 de agosto de 2019, novamente o país se viu diante das televisões para acompanhar ao vivo o desenrolar de um sequestro de ônibus com passageiros. Quase 20 anos após aquele fatídico 12 de junho de 2000, a população novamente estava aflita com a ocorrência na ponte Rio-Niterói. As cidades estavam paradas e a apreensão de muitos era saber se seriam cometidos os mesmos erros que levaram à morte de uma refém ou se dessa vez o desfecho seria outro.
O cenário era diferente. Por ocorrer em uma ponte, diferente do outro que ocorreu em uma rua da zona sul da cidade do Rio de Janeiro, o cerco ao local foi feito de forma muito mais eficaz evitando que curiosos se aproximassem do ônibus. Muito diferente do anterior, onde pessoas circulavam sem problemas no local do crime. Outro fator era que a polícia estava muito mais preparada para uma ocorrência do tipo. Seja pela análise dos erros cometidos anteriormente, seja pela preparação para atuação nos grandes eventos que ocorreram na cidade do Rio de Janeiro, as equipes policiais estavam muito bem preparadas para atuar em situações como essa.
Protocolos de atuação foram seguidos à risca, negociadores tentaram fazer com que o sequestrador se rendesse durante horas, psicólogas estavam no cenário auxiliando a traçar um perfil do criminoso, policiais buscavam informações sobre o que ocorria dentro do ônibus e ao mesmo tempo atiradores de elite, os famosos “snipers” se posicionavam para um disparo se a ordem fosse dada. O cenário estava posto e o comandante da ação sabia o que deveria ser feito, mas isso tudo poderia ter dado errado se tivesse ocorrido alguma ingerência política, o que não ocorreu. A atuação do governador durante a ocorrência foi exemplar, se portando como um governante deve se portar. Deu total autonomia aos policiais para atuarem de forma técnica, confiando no preparo e treinamento deles para resolver a situação.
. Após a negociação se esgotar sem sucesso e com a possibilidade do sequestrador colocar fogo no ônibus, o comando autorizou os atiradores de elite a efetuarem o disparo quando tivessem essa possibilidade, e o final é conhecido por todos. Todos os reféns foram resgatados ilesos, o criminoso foi neutralizado e a cidade se recuperou de um trauma. Os policiais saíram fortalecidos e graças à autonomia dada pelo governador ficou claro que em novos casos do tipo o resultado será sempre no interesse das vítimas e da sociedade, nunca do criminoso.
 No vídeo abaixo comento detalhes da ação.
 

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    Sobre o autor

    Roberto Uchôa

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    Especialista em Segurança Pública, mestrando em Sociologia Política e policial federal