Barragem se rompe em cidade na Bahia
Camila Silva e Catarine Barreto 11/07/2019 15:11 - Atualizado em 21/07/2019 15:45
Barragem se rompe na Bahia
Barragem se rompe na Bahia / Reprodução vídeo
Uma barragem se rompeu na cidade de Pedro Alexandre, a cerca de 435 quilômetros de Salvador, na Bahia, na tarde desta quinta-feira (11). De acordo com a Defesa Civil municipal, as fortes chuvas que atingem a região do rio do Peixe contribuíram para o rompimento da estrutura. Ainda não há informações sobre feridos e nem a composição da barragem. Também não se sabe ainda sobre o tamanho e a quem pertence a estrutura. O município decretou estado de calamidade e emergência. A Agência Nacional de Águas informou que o local era fiscalizado pelo governo estadual.
— A situação das barragens do Brasil são precárias por falta de fiscalização dos governos federal, estadual e municipal. É precária também por os mantenedores destas barragens não cuidam devidamente, não dão a importância devida para a segurança. Então é mais um caso que a gente vê e que leva cada vez mais o Brasil a ter que pensar nesta questão. Muitas barragens foram construídas sem o devido cuidado, sem o devido acompanhamento, e o resultado é esse… de repente eclode alguma em um lugar onde ninguém está esperando —afirmou o pesquisador, historiador e ambientalista Aristides Soffiati.
Segundo a Superintendência de Defesa Civil do Estado da Bahia (Sudec), o caso ocorreu por volta das 11h, no distrito de Quati. Por conta da quantidade de lama, as estradas estão intransitáveis, o que dificulta o atendimentos pelos órgãos à população. Algumas casas próximas às barragens foram atingidas pela lama. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pedro Alexandre tem cerca de 16.695 moradores. Já Coronel João Sá tem uma população que chega a 17.066. As cidades são separadas por 33 quilômetros.
— Eu fico com medo de que alguma barragem, principalmente da região de Minas onde a mineração é muito forte, exploda na bacia do rio Paraíba e mais um acidente ocorra aqui — defendeu Aristides Soffiati.
Em fevereiro deste ano, a Folha trouxe uma matéria especial sobre os desastres ambientais que atingiram a bacia do rio Paraíba do Sul. Em janeiro deste ano, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que o Rio de Janeiro tem seis barragens classificadas como Dano Potencial Associado (DPA) alto e quatro como médio. No total, o estado tem 29 barragens. “É importante esclarecer que o DPA significa o potencial impacto que o dano em alguma estrutura pode acarretar e não o risco iminente de rompimento”, explicou o órgão na ocasião. Duas barragens do estado também foram indicadas em relatório de dezembro da Agência Nacional de Águas (ANA). 

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