Brasil perde certificação de país livre do sarampo e tem surtos da doença
Virna Alencar 22/07/2019 15:01 - Atualizado em 26/07/2019 14:30
Vacina contra sarampo
Vacina contra sarampo / Divulgação
Em fevereiro deste ano, o Brasil perdeu a certificação de país livre do sarampo. Por se tratar de uma doença infecciosa e altamente contagiosa, um posicionamento recentemente divulgado pelas Sociedades Brasileiras de Reumatologia (SBR), Infectologia (SBI), Imunização (SBIM) e do Grupo Estudo DII Brasil (GEDIIB), alerta para a importância de o Brasil retomar o título de país livre do sarampo dentro de 12 meses. Segundo o Ministério da Saúde, até 12 de julho de 2019, foram registrados 426 casos confirmados de sarampo no país, em sete estados. Três estão com surto ativo da doença: São Paulo (SP), Pará (PA) e Rio de Janeiro (RJ). Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que contabilizou 13 casos de sarampo no RJ, sem ocorrência de óbito. Em Campos, a Secretaria Municipal de Saúde informou que nenhum caso de sarampo foi registrado, neste ano, e que a vacinação é disponibilizada pelo Serviço Único de Saúde (SUS).
Em nota, o Ministério da Saúde informou que o país vinha de um histórico de não registrar casos autóctones desde o ano 2000. Entre 2013 e 2015, ocorreram dois surtos da doença a partir de casos importados, nos estados do Ceará e Pernambuco, com 1.310 casos. Os surtos foram controlados com as medidas de bloqueio vacinal e, em 2016, o Brasil recebeu o Certificado de Eliminação do Sarampo, emitido pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). O Brasil perdeu o certificado em fevereiro deste ano e, atualmente, empreende todos os esforços para eliminar novamente a transmissão do vírus no país, com reforço da vacinação contra o sarampo.
Diante do retrocesso, a pasta garantiu enviou aos estados, neste ano, 12,1 milhões de doses da vacina tríplice viral para atender a demanda dos estados, já está incluído o quantitativo utilizado nas campanhas de vacinação contra o sarampo realizada em 19 municípios do estado do Pará e na cidade de São Paulo. Atualmente, está em andamento a campanha de vacinação seletiva para adolescentes e adultos de 15 a 29 anos de idade, residentes no município de São Paulo/SP e nos municípios da Regional de Saúde de Santarém/PA. A mobilização se justifica pela ocorrência recente de casos de sarampo nesse grupo etário, nessas localidades.
A nota acrescentou que mesmo em situações de surto, a vacinação de rotina está mantida na rede de serviço do SUS, conforme as indicações do Calendário Nacional de Vacinação e que os serviços de vacinação são estimulados a buscar a sua população não vacinada para a devida atualização.
Já a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES informou que, em 2018, foram 19 casos confirmados e o Estado atingiu 95% de cobertura vacinal contra o sarampo. “Todas as ações recomendadas pelo Ministério da Saúde para evitar novos casos de sarampo foram realizadas pelos municípios, após orientação in loco da área técnica estadual. A SES finaliza informando que não há previsão para uma nova campanha”, disse a nota.
De acordo com a Prefeitura de Campos, “a faixa etária para tomar a vacina vai de um a 49 anos. As pessoas que ainda não se imunizaram podem procurar a sala de vacinação mais próxima de sua casa”, finalizou.
Saiba – O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Complicações infecciosas contribuem para a gravidade do sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um 1 ano.
A doença é de distribuição universal e apresenta variação sazonal. Nos climas temperados, observa-se o aumento da incidência no período compreendido entre o final do inverno e o início da primavera. Nos climas tropicais, caso do Brasil, a transmissão parece aumentar depois da estação chuvosa. O comportamento endêmico do sarampo varia de um local para outro e depende basicamente da relação entre o grau de imunidade e a suscetibilidade da população, além da circulação do vírus na área.
Os sintomas do sarampo incluem febre alta acima de 38,5°C; erupções na pele; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal, conhecidas como sinais de Koplik e que antecedem de um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea.
 
 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS