Retorno do Carnaval fora de época
Matheus Berriel 27/07/2019 16:05 - Atualizado em 26/08/2019 13:45
Carnaval em Campos
Carnaval em Campos / Folha da Manhã
Confirmada para os dias 16, 17 e 18 de agosto, no Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop), a 1ª Semana Municipal do Folclore de Campos contará nos dois últimos dias de sua programação com o 1º Festival de Samba. A realização do evento marcará o retorno do Carnaval de escolas, blocos de samba e bois pintadinhos, mesmo que ainda fora de época. Porém, não atenderá totalmente à demanda da Associação dos Bois Pintadinhos de Campos (Aboipic), responsável por coordenar a festa, com apoio da Prefeitura e do setor privado.
De acordo com o presidente da Aboipic, Marciano da Hora, só neste ano houve sete adiamentos de data da festa. Apesar de todo o imbróglio, como o último Carnaval fora de época aconteceu em 2016, a Semana Municipal do Folclore é vista como um evento necessário para resgatar a tradição da festa.
— Há uma preocupação das escolas, dos blocos e bois pintadinhos em ser o primeiro grande evento de cultura popular do governo Rafael Diniz. Em primeiro lugar, a gente agradece muito ao prefeito pelo esforço que teve e está tendo para realizar esse evento. Agradecemos à Fundação Cultural, ao secretário de Governo, e ao coordenador de Carnaval, Ricardo Silva, e em especial ao prefeito Rafael Diniz. Mas, lembrando que o governo dele ficou dois anos sem realizar o Carnaval da cidade. Quando você dá a palavra que iria realizar e não realiza, você acaba transferindo para as escolas, os blocos e bois pintadinhos despesas que foram contraídas com a palavra de que iria realizar— disse Marciano.
Segundo o presidente da Aboipic, também conhecido pelo apelido de Dadá, as trocas de data aumentaram o custo do evento. Ele informou que, no mês passado, a Prefeitura repassou R$ 500 mil — divididos em duas parcelas — destinados à realização da Semana Municipal do Folclore, valor considerado baixo para ser dividido entre as agremiações e arcar com as despesas de logística. Está sendo solicitado um aditivo ou alguma iniciativa para conseguir verba extra junto à iniciativa privada. Para 2020, há o desejo de organizar o Carnaval em sua data oficial, junto aos grandes centros brasileiros, alegando falta de clima para a festa continuar fora de época.
— Ano que vem, ou a gente faz na data certa ou não quer fazer. Vamos aguardar. Ou sai na data certa ou não sai — afirmou.
Em nota, sem mencionar a quantia repassada, a Prefeitura informou que será parceira com valor 70% menor que em anos anteriores. “Vamos fazer uma festa maior, valorizando nossos artistas e com muito menos dinheiro. Daremos estrutura e logística para que o artista campista possa mostrar seu talento”, comentou o secretário municipal de Governo, Alexandre Bastos.
Coordenador do Carnaval, Ricardo Silva ressaltou que a valorização da cultura está na valorização da economia: “Há um emprego de pessoas em seus barracões, como costureiras, carpinteiros, marceneiros, cozinheiros, os artistas em si (interpretes, carnavalescos, coreógrafos). É importante valorizar a história e a cultura de Campos e fomentar a economia, porque, além dos empregos, faz com que o comércio venda”, disse.
A programação oficial da Semana Municipal do Folclore, incluindo a ordem dos desfiles do Festival de Samba, deve ser divulgada até a próxima semana. À Folha, Marciano da Hora adiantou que o dia 16, uma sexta-feira, será reservado a apresentações de movimentos culturais como maculelê, quadrilhas, jongo e capoeira.
No sábado (17), a partir de 22h, haverá os desfiles das escolas de samba. A Amigos da Farra é a única do Grupo de Acesso, enquanto Madureira do Turfe, União da Esperança, Mocidade Louca, Ururau da Lapa e Boi Sapatão desfilarão pelo Grupo Especial. Fechando o evento, no domingo (18), será a vez dos bois pintadinhos (Boi Guloso e Boi Beira Rio no acesso; Boi do Canto, Boi Travolta, Boi Zulo e Boi Jaguar na divisão principal), a partir de 15h, seguidos pelos blocos (Juventude da Baleeira e Teimoso do IPS no acesso; Castelo do Parque Aurora, Os Psicodélicos e Bruc no Grupo Especial). A tendência é que uma agremiação seja rebaixada e outra suba do acesso em cada categoria. Ainda não está definida a premiação para as campeãs.
— Vai ter disputa. Nós estamos negociando com a Fundação Cultural, com a Prefeitura, porque a Aboipic não tem condições de fazer nenhum tipo de premiação. Estamos solicitando que a Fundação Cultural dê a premiação — enfatizou Marciano.

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