Deputado que largou bebida e mergulhou nos exercícios
16/07/2019 06:23 - Atualizado em 16/07/2019 06:28
A coluna do Ancelmo Gois, no Jornal O Globo de hoje (16), dá uma nota sobre o deputado que presidiu a comissão especial da reforma, o amazonense Marcelo Ramos, que é triatleta e corredor e que está escrevendo um livro sobre maratonas e ironman. Seu site, o Corroatoa, pode ser acessado aqui.
Parte de um dos textos, que são bem legais: "...A ansiedade desde arrumar a mala para não esquecer nada. Para não correr riscos decidi fazer a arrumação por modalidade. Natação: touca, óculos, tapa ouvido, bermuda; Ciclismo: sapatilha, capacete, camisa, óculos, garrafas para água e a bicicleta, é claro; Corrida: tênis, meia, camisa, viseira. Comidas e suplementos são necessários, mas deixei para comprar já em Fortaleza.

A viagem para um Iron Man tem um clima especial. Um pouco de alegria, uma pouco de medo, um pouco de receio, um muito de expectativa e muito de sonhos e um quê de renovar esperanças e forças para seguir no esporte e na vida.

Já viajei para corridas e nas viagens para corridas, salvo se você viajar com um grupo grande que chame a atenção, são passageiros como quaisquer outros. No triathlon não. A chegada ao aeroporto com os imensos malabikes (malas em que são levadas as bicicletas) mostra que há algo diferente ali, que há gente diferente ali.

Cheguei em Fortaleza. Era uma manhã de muito calor. Haveria um reconhecimento da natação. Estava um pouco cansado e na dúvida se deveria ir, já que nunca tinha tido a experiência de nadar em mar aberto. Fui. Cai na água e, sem ter muita noção da distância, decidi nadar até a primeira boia. Uma grande roubada. Foram 1500m de natação num mar agitado, quando já deveria estar cuidando de descansar.

No dia seguinte, antevéspera da prova, a saída para um treino de ciclismo. E esse foi o segundo momento crucial da minha preparação. Quando subi na bicicleta voltou o sentimento de medo que achei ter abandonado naquele último treino longo em Manaus. O vento seria uma barreira muito dura, muito mesmo. Nunca havia pedalado com tanto vento e calor. Pedalei 5km e imaginei o que seria pedalar 180km sob aquelas condições, nos meus planos 6 horas e meia, com aquele vento e no calor do final da manhã e início da tarde. O desespero e o medo só aumentaram.

Voltei do treino de ciclismo tomado pelo receio, cheio de dúvidas se seria capaz de vencer aquele desafio tão duro. A sensação de que poderia fracassar era desesperadora.

Foi então que pensei na decisão dos meus amigos que rasparam a cabeça para que aquela prova fosse mais que um desafio pessoal, fosse também por uma causa, uma bela causa, a causa das crianças com câncer, crianças que todos os dias superam um desafio muito maior do que aquele que nos esperava".
Bons treinos!

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    Sobre o autor

    Marcos Almeida

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    Marcos Almeida é assessor esportivo, especialista em Ciência da Musculação e mestre em Ciência da Motricidade Humana.