Estamos de luto: morre Rowena, ursa explorada pelo circo e transportada pela FAB
25/07/2019 21:19 - Atualizado em 26/07/2019 11:12
ESTAMOS DE LUTO! Morreu ontem, dia 24, a ursinha Rowena, que tinha 32 anos de idade e foi explorada por circo durante 25 anos. Depois de sair do circo, Rowena (até então chamada Marsha) sofreu no calor de um parque no Nordeste (que não oferecia nenhum ambiente propício para sua espécie e natureza) e, então, em setembro do ano passado, ela foi resgatada por ativistas antiespecistas e encaminhada para um santuário em Joanópolis-SP, Rancho dos Gnomos, onde ela ganhou uma caverna e uma piscina, num lar temporário até que seu lar definitivo fosse construído. 
Quando saiu do parque quente no Nordeste, Rowena foi transportada até o Rancho dos Gnomos num avião da FAB. Veja, clicando aqui, um documentário sobre essa mega operação. Segundo Marcos Pompeo, administrador do santuário, a ursinha morreu por uma convulsão decorrente de complicações de um tumor. A necrópsia foi feita no hospital veterinário da Universidade de São Paulo, a USP.
DIREITO ANIMAL NO PLENÁRIO - Há menos de dez dias, no dia 16 de julho, Rowena estampou uma matéria publicada pelo jornal O Globo, intitulada "Animal não é coisa" e que trata do Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº27/2018, do deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP), que determina que os animais não humanos possuem natureza jurídica sui generis e são sujeitos de direitos despersonificados, dos quais devem gozar e obter tutela jurisdicional em caso de violação, vedado o seu tratamento como coisa. O texto também acrescenta dispositivo à Lei dos Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 1998) para determinar que os animais não sejam mais considerados bens móveis para fins do Código Civil (Lei 10.402, de 2002). Este projeto foi aprovado pela Comissão de Meio Ambiente do Senado evai para o plenário em agosto.
LIVRO - Rowena é um dos emblemas nacionais da luta pelo Direito Animal. Ela também inspirou a cantora Rita Lee na produção de seu livro "Amiga ursa", da editora Globinho.
Rita Lee, inclusive, comentou sobre o projeto de lei: "Houve uma época em que a humanidade escravizava seres humanos e dizia que não tinham alma e, por isso, eram objetos de uso pessoal [atualmente, os animais são tratados como objetos, de acordo com o artigo 82 do Código Civil]. Essa mesma mentalidade tacanha ainda acontece hoje em relação aos maus-tratos que o reino animal vem sofrendo. Todos os bichos têm os mesmos sentimentos que os humanos e cabe a nós dar voz a eles. Abaixo a escravidão animal!"

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Sobre o autor

    Thaís Tostes

    [email protected]