Royalties: da fartura e desperdício ao risco de colapso
24/07/2019 20:05 - Atualizado em 24/07/2019 23:38
 Campos dos Goytacazes vivencia sua maior instabilidade econômica dos últimos anos. A cidade que acumulou tempos glamourosos com as usinas de cana-de-açúcar seguido de uma época inédita do petróleo, enxerga sua maior fonte financeira ficar cada vez mais ameaçada. As baixas produções petrolíferas na bacia de Campos, e a partilha dos royalties, ação que será julgada dia 20 de novembro, no Supremo Tribunal Federal (STF), colocam em risco as contas públicas do município.
 Infelizmente os riscos de uma baixa arrecadação dos royalties foram negligenciados por governos que se sucederam. Investimentos em diferentes matrizes econômicas ficavam em último plano, enquanto altas despesas fixas eram criadas para serem mantidas com receitas variáveis . Além disso, a venda do futuro agrava ainda mais a situação financeira, pois 10% da arrecadação dos royalties é destinada à quitação do empréstimo.
 O governo Rosinha (2009-2016) foi o governo que teve maior média de arrecadação dos royalties, chegando a alcançar o valor anual de R$ 1,3 bilhões, no ano de 2012. Ao somar as arrecadações no período governado pela ex-prefeita, o valor chega a cerca de R$ 8 bilhões sem contabilizar os empréstimos de R$ 200 milhões e R$ 752 milhões, que foram realizados, respectivamente, nos anos 2015 e 2016.
Info Royalties
 Nesse ano, a expectativa é de uma arrecadação inferior ao ano passado (2018). Apenas no primeiro semestre, Campos obteve cerca de R$ 60 milhões a menos quando comparado ao mesmo período de 2018. Os campos maduros na bacia de Campos não produzem tanto quanto antes e, principalmente, aguardam um alto investimento para voltarem a ter uma produção elevada. Ademais, a ação que será julgada dia 20, no Supremo Tribunal Federal, determinará o futuro do município, caso a ação seja decidida de forma favorável à partilha dos royalties, o município pode beirar o colapso.
 Diante a instabilidade que a cidade "sobrevive", o atual governo deve continuar fomentando a diversificação da economia local, como a economia criativa, agricultura, entre outros. Em paralelo a essas ações, o corte em setores da máquina pública se faz necessário para manter o saneamento das contas públicas. Por fim, o esforço de todas as autoridades em torno da partilha dos royalties é indispensável, sendo muito mais importante do que o debate eleitoral, que infelizmente tentam antecipar. O futuro campista está acima de qualquer posição política.
 
 
 
 

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