Reitor fala da crise financeira da Uenf no programa Folha no Ar
Virna Alencar 17/06/2019 08:13 - Atualizado em 19/06/2019 18:24
O reitor da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) Luis Passoni falou sobre a situação financeira da universidade durante o programa Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, desta segunda-feira (17). Entre os assuntos tratados está a crise na educação, que, segundo ele, acontece desde o governo Luiz Fernando Pezão e se arrasta até os dias atuais com o anúncio de corte de 30% feito pelo Ministério da Educação, que incide também sob a universidade estadual. Ele também falou sobre as principais pesquisas desenvolvidas, que coloca a Uenf em posição de destaque no cenário nacional, mesmo diante das dificuldades. O entrevistado de amanhã é o filósofo Emir Sader, coordenador-geral do Laboratório de Políticas Públicas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Segundo o reitor, a universidade passou por uma situação de extremo risco em 2017 acumulando uma dívida que chegou a R$ 20 milhões. Mas, desde a metade do ano passado a situação vem melhorando, os orçamentos vêm sendo cumpridos e, com isso, os salários e as contas estão em dia.
“Começamos a comprar coisas essenciais como papel e tinta para impressora. No entanto, o governo ainda está devendo o repasse dos duodécimos. O único problema que restou pra gente é que as despesas de 2018, quando houve a troca de governo, o atual governo entendeu como restos a pagar do governo anterior e não fez nenhum pagamento relativo a nossas despesas de dezembro de 2018, que tradicionalmente são pagas em janeiro. Então, é um erro de interpretação do governo do estado achar que não tem nada haver com aquela despesa e isso tem causado algum problema pra gente porque várias empresas que estão trabalhando conosco deixaram de receber aquela parcela e para algumas empresas como de limpeza e segurança é um valor significativo, algo em torno de R$ 300 mil”, disse.
Passoni disse que na época de crise extrema, a universidade contou com uma ajuda de 1,5 milhão, repassada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). “Pela primeira vez o parlamento nos ajudou diretamente. Foi pouco perto da dimensão da dívida, mas um recurso extremamente necessário para cumprir os compromissos com nossos terceirizados”, contou.
Questionado sobre a proposta de CPI das Universidades Estaduais, na Alerj, o reitor falou que percebe na nova legislatura vários deputados que desconhecem sobre a estrutura e funcionamento do estado, falando besteiras sobre as universidades. “Pessoalmente fui a todos os gabinetes de todos os deputados convidando-os a conhecer a nossa universidade. O nosso Congresso Interno de Iniciação Científica e Pós-Graduação, junto com o IFF, nos dias 24 a 28 deste mês, será uma ótima oportunidade para conhecer o nosso trabalho”, afirmou.
Sobre o corte de 30% sob as universidades, ele disse que a Uenf sofre com o corte de bolsas de pós-graduação, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), que há muito tempo não tem editais de apoio a pesquisas e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP).
Principais pesquisas – Mesmo tendo passado por uma crise financeira nos últimos anos, a Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) é a 15ª melhor do país, de acordo com o ranking do Ministério de Educação. A instituição ocupa a segunda melhor colocação no estado do Rio de Janeiro. O reitor destacou que a Uenf tem uma atuação muito forte na área de agropecuária. “Temos vários casos de sucesso nessa área como a semente de mamão. Antes do trabalho desenvolvido na Uenf, toda a semente de mamão para a produção comercial era importada. Na universidade desenvolveu-se uma variedade adaptada as condições climáticas brasileiras que produz um mamão excelente e muito dele é exportado. Nesse caminho, um milho de alta produtividade também está sendo colocado no mercado”, finalizou.  
Confira a entrevista:

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