Manifestantes fecham BR 101 em Campos em ato contra governo federal
14/06/2019 09:34 - Atualizado em 18/06/2019 13:31
Rodovia foi liberada por volta das 8h
Rodovia foi liberada por volta das 8h / Divulgação
Manifestantes interditaram, na manhã desta sexta-feira (14), por aproximadamente três horas, trechos da rodovia BR 101, em Campos, em um ato contra a reforma da Previdência e medidas adotadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), como o corte de 30% para a área da Educação. Devido à greve geral, as 29 agências bancárias do Centro, Pelinca, Guarus e avenida 28 de Março abriram somente a partir das 12h. Durante à tarde, um ato público aconteceu no Boulevard Francisco de Paula Carneiro, no Centro. Participaram membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, estudantes e sindicalistas. Durante todo o dia, trabalhadores dos 26 estados e do Distrito Federal registraram protestos e paralisações em serviços públicos. Em Macaé foi feito um “trancaço” na entrada da base do Edinc, da Petrobras.
De acordo com informações da Arteris Fluminense, concessionária que administra a rodovia, o protesto se concentrou no km 76, nas primeiras horas da manhã. Durante a interdição das duas pistas, foram registrados engarrafamentos de quatro quilômetros no sentido Espírito Santo e três quilômetros no sentido Niterói.
Já no movimento no Centro, que iniciou por volta das 15h, centenas de estudantes e representações sindicais, se reuniram contra as medidas do governo federal declarados em cartazes e gritos de ordem. Segundo o grupo, no município, a reforma da Previdência atingirá mais de 74 mil pessoas que são beneficiadas pela seguridade social que recebe hoje mais de R$ 1 bilhão por ano.
Para o estudante do Instituto Federal Fluminense (IFF), Yuri Costa, com menos dinheiro, a população consumirá menos e os impactos tendem a ser significativos para o comércio. “O ato acontece em um ponto estratégico onde há grande circulação de pessoas. Aqui é um lugar que vai ser muito agredido com a reforma na Previdência, porque o comércio tende a vender menos, se não vamos ter dinheiro em nosso bolso. Um segundo ponto é que o pelourinho é um símbolo de resistência. Aqui eram vendidos as negras e negros que vinham pra cá na condição de escravos. Hoje, estão querendo que a gente volte a um estágio de péssimas condições de trabalho”, declarou.
Segundo a diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Odisséia Carvalho, o movimento reuniu cerca de duas mil pessoas sendo avaliada a paralisação de quase 70% da rede estadual e municipal, em Campos. “É uma adesão a greve geral da classe trabalhadora, que conta com a participação de várias entidades, sindicatos, movimentos sociais e estudantis. Essa reforma da Previdência é um caos, um ataque direto aos nossos direitos trabalhistas. A reforma pretende reduzir, em dez anos, mais de um trilhão de reais o total de benefícios e essa economia não vai para a saúde, educação ou segurança, já que lei do teto dos gatos não permite aumentar o investimento nessas áreas. Vai tudo para pagar juros aos banqueiros. Esse dinheiro na maior parte vem de pessoas em situação de miserabilidade e pessoas com deficiência. Por isso, vamos continuar nas ruas”, disse.
A Policia Militar esteve no local e garantiu a segurança dos manifestantes. Segundo o comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Campos, Rodrigo Ibiapina Chiaradia, a polícia não faz estimativa de pessoas em atos públicos.
País e região — Em Macaé, petroleiros também se reuniram em um ato contra o governo federal na manhã de ontem. Foi feito um “trancaço” na entrada da base do Edinc, da Petrobras, para protestar contra a reforma da Previdência e privatizações. De acordo com informações do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Norte Fluminense (Sindipetro/NF), “nas demais bases, está sendo realizado um diálogo sobre as consequências da Reforma da Previdência e os prejuízos da privatização da Petrobras e suas subsidiárias em relação à geração de emprego, melhoria de renda, educação e saúde”. Na parte da tarde, os petroleiros se juntaram aos atos populares em Macaé e Campos.
Já as cidades do Noroeste Fluminense, como São João da Barra (SJB) e São Francisco de Itabapoana, não aderiram a greve nacional.
Durante o dia, trabalhadores dos 26 estados e do Distrito Federal registraram protestos e paralisações em serviços públicos em ato contra os cortes do governo na educação e a reforma da Previdência. No início da manhã, os efeitos da paralisação eram sentidos nas grandes cidades principalmente no transporte público e com o fechamento de vias. Somente parte das linhas de ônibus, trem ou metrô funcionavam em capitais como São Paulo, João Pessoa, Curitiba, Maceió e Salvador. No Rio, protestos bloquearam vias da cidade.
 
 
Com informações do G1

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