Cortes na Educação impactam em Campos
08/06/2019 09:17 - Atualizado em 17/06/2019 20:16
O contingenciamento de verbas na área da educação pode acarretar a demissão de 2,5 mil funcionários terceirizados em instituições federais no estado do Rio de Janeiro. O dado foi divulgado durante a segunda audiência pública da Jornada do Corte Federal, realizada pela Comissão de Economia, Indústria e Comércio, da Assembleia Legislativa (Alerj), na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói. Essa estimativa é da diretora do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet-RJ), Inessa Salomão. O ônus do inventário inclui Campos com o Instituto Federal Fluminense (IFF). Em recente entrevista ao Folha no Ar, Jefferson Azevedo, reitor do IFF, disse que os cortes a instituição passaria a sentir os impactos já neste mês.
Presente ao encontro, o secretário municipal de Desenvolvimento, Felipe Quintanilha, apontou para um possível enfraquecimento da economia no município e no interior do estado.
— Sem IFF, Campos não teria nem sombra de inovação, tecnologia e empreendedorismo. Não consigo imaginar como seria a cidade sem o campus—, observou. O contingenciamento de verbas na área da educação pode acarretar a demissão de 2,5 mil funcionários terceirizados em instituições federais no estado do Rio de Janeiro.
Além do secretário, outros representantes de Campos e Quissamã reforçaram que o enfraquecimento das entidades federais serão prejudiciais para a economia e o desenvolvimento dos municípios. Eles lembraram que as unidades “já estavam sem recursos desde o ano passado e que o contingenciamento anunciado este ano inviabiliza o funcionamento dos campi a partir de agosto”.
Inessa teme que o contingenciamento leve prestadoras de serviços à falência e, paralise os campi federais.
— Vimos isso acontecer na crise da Uerj, que ficou em greve por três meses entre 2017 e 2018. A empresa de segurança que atendia a Uerj prestava serviço para outras instituições. Ela ficou sem receber e quebrou. E quando ela faliu, muitas unidades ficaram sem serviço de segurança. Foi um efeito cascata. E o que pode acontecer agora é bem pior. Se a UFRJ parar de pagar fornecedores por muito tempo, eles quebram e deixam muitas unidades sem serviço — alertou Inessa.
Para o presidente da Comissão de Economia da Alerj, deputado Renan Ferreirinha (PSB), a situação é crítica. “Após a audiência estou ainda mais convencido de que o contingenciamento será muito danoso para a economia do estado do Rio de Janeiro. O governo federal está asfixiando a Educação. E asfixiar a Educação é matar o nosso futuro”, comentou. (A.N.)

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