Especialista fala sobre Alzheimer: doença neurodegenerativa crônica
30/06/2019 11:19 - Atualizado em 30/06/2019 11:23
 
Esta semana, a dra. Deborah Casarsa fala sobre o Alzheimer, doença neurodegenerativa crônica e a forma mais comum de demência. Doença que se manifesta lentamente e se agrava ao longo do tempo. O sintoma inicial mais comum é a perda de memória a curto prazo.
   Dra. Deborah é graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Campos (1999) e tem especialização em Gerontologia e Geriatria Interdisciplinar pela Universidade Federal Fluminense(2001). Tem vasta experiência em Geriatria com participação em Congressos Nacionais e Internacionais.
1- Quais os tipos de demência que mais atingem aos idosos?
R: Quando falamos em demência, a maioria das pessoas pensa que só existe a Demência de Alzheimer, que realmente é a principal causa delas, mas não a única. A Doença de Alzheimer é a responsável por 50 a 70% das causas caracterizadas principalmente pela perda progressiva da memória. A Demência Vascular assume o segundo lugar, porém, com maiores chances de prevenção. A Demência de Corpos de Lewy tem característica próprias como sintomas parkinsonianos e alucinações. Destaco também a Demência Fronto Temporal que acomete indivíduos mais jovens e, metade, geralmente é hereditária. Mas o que o leitor deve saber que, seja qual for o diagnóstico, todos os tipos de demências vão evoluir com perda da autonomia e independência.
2- Qual a importância da prática de atividades físicas cognitivas para o envelhecimento saudável e ativo?
R: Em um país de cultura farmacológica falar de treinamento de estimulação cognitiva ainda é muito desafiador. Mas, depois de um curso de extensão na Associação Brasileira de Gerontologia sobre estimulação em idosos com queixa de esquecimento, abri um projeto chamado SerenaMENTE e, a cada dia, vejo a importância do treinamento das habilidades e consequentemente, o aumento de suas reservas cognitivas. A neuroplasticidade trouxe novas possibilidades, uma vez que, passamos a entender que o cérebro não é rígido e sim plástico, ou seja, tem capacidade de se modificar ao longo dos anos. Usamos ferramentas específicas de acordo com o nível de escolaridade e do comprometimento cognitivo dos nossos pacientes. Além disso, acredito muito em atividade de grupo. A socialização é motivadora do sucesso nesse perfil de pacientes.
3- Há quantos anos você desenvolve este trabalho e quais as perspectivas para o combate às demências?
R: Há um ano e meio comecei o Treinamento de Estimulação Cognitiva (TEC) na minha clínica EnvelheSER e nitidamente percebemos que os pacientes que dão continuidade aos módulos oferecidos apresentam resultados mais satisfatórios do que aqueles que interrompem o tratamento. Relatos de cuidadores falam de melhora da funcionalidade, das emoções e da memória. A Doença de Alzheimer não tem cura, mas é possível postergar a piora dos sintomas, e ganhar quatro, cinco anos de estabilidade, por meio de medicamentos e condutas de estimulação.
4- De que forma as tecnologias podem auxiliar nesse processo de mitigação das demências?
R: No próximo dia 12, viajo mais uma vez, para o Congresso Internacional de Demência de Alzheimer. Desta vez, em Los Angeles. A tecnologia cada vez mais se aprofunda em colaborar, principalmente quando o assunto é auxílio ao diagnóstico. A ressonância magnética cerebral e o pet scan são capazes de elucidar os casos diferenciais, mas ainda é uma doença de diagnóstico basicamente clínico, onde uma boa anamnese e uma avaliação neuropsicológica, além da experiência e a intimidade do médico com a doença, são insubstituíveis. Até hoje temos medicamentos que “FREIAM” o processo, mas irei para o Congresso sedenta por medicamentos MODIFICADORES DA DOENÇA
 
 

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    Helô Landim

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