Em 2015, um dos atuais goleiros do Campos Atlético Associação, Elvis Ribeiro Gomes, era um simples torcedor do clube. Nas arquibancadas do estádio Ângelo de Carvalho, além de ter visto o Roxinho retornar ao futebol profissional com um acesso da Série C para a B do Campeonato Estadual, encontrou motivos para acreditar na carreira que havia abandonado em 2014. Hoje, aos 28 anos, Elvis se prepara para a terceira temporada no elenco campista com dois objetivos. Além de desejar que o Campos suba novamente para a primeira divisão, repetindo a surpreendente campanha de 2016, ele quer conquistar a titularidade para ajudar os companheiros dentro de campo.
Nascido e criado no bairro Nova Brasília, em Campos, o goleiro foi morar no Parque Esplanada quando se casou, em 2017, mesmo ano em que recebeu o convite para defender o Roxinho.
— Entrei de férias do serviço e acompanhei alguns jogos em 2015 e 2016. Estava ali, me imaginando jogando ali um dia. Comecei a gostar do clube. Deus me deu a oportunidade de fazer parte do grupo. Antes na torcida, do lado de fora, e hoje dentro de campo. Sempre tive um carinho por jogar no time do meu bairro. A emoção é outra, a família e os amigos na arquibancada torcendo. Eu me considero um torcedor do clube. Já pedi a Deus, lá atrás, a oportunidade de jogar no Roxinho. Praticamente passei a infância no campo do Campos, joguei em alguns projetos na época de Paulo Roberto e Zica. E a minha caminhada de volta ao futebol aconteceu no clube do qual comecei a gostar — contou o goleiro.
A chegada de Elvis ao Campos foi motivo de alegria para a mãe Maria Lúcia, incentivadora do atleta, que viria a falecer pouco tempo depois.
— Minha mãe ficou muito feliz. Mas ela faleceu precocemente, aos 52 anos, logo na pré-temporada. No dia 18 junho vai fazer dois anos. Luto por mim e por ela. Alguém que tenho de agradecer muito nesta terra é ela, tudo o que ela fez por mim me motiva. Minha mãe sempre acreditou em mim. Ela dizia: “Sua hora vai chegar, você é um garoto bom. Deus vai te honrar” — lembrou Elvis, grato também à força dada pelo pai, Irajaldo.
Apesar de ainda jovem, Elvis já trabalhou em fábrica de cadeiras, escritório de contabilidade, foi ajudante de pedreiro e eletricista, camelô, entregador de jornal e vendedor de perfumes. No futebol, fez as categorias de base no Americano, clube onde se profissionalizou, em 2011. No ano seguinte, o último do Rio Branco no futebol profissional, defendeu o Róseo-Negro, sendo reserva de Macula, atual preparador de goleiros do Campos. Ainda na cidade natal, passou pelo Goytacaz em 2013 e retornou em 2016. Também já vestiu a camisa do Santa Cruz-RS, onde estreou defendendo um pênalti e foi campeão da Taça Cigha, em 2017, antes de ser contratado pelo Roxinho. Seu melhor momento no clube do Parque Leopoldina foi a titularidade no time sub-23, campeão da Copa Ferj/LCD em 2017. Na equipe principal, ficou na reserva nos dois últimos anos.
— Minha vontade é muito grande de ser titular. Está nas mãos de Deus. Minha parte eu estou procurando fazer, que é dar o meu melhor nos treinamentos. Peço que Deus me dê uma oportunidade de poder conquistar um título com o Roxinho, eu sendo titular. Em 2017 e 2018, conseguimos acessos sofridos. Que neste ano eu possa contribuir jogando, fazendo o que eu gosto e sei fazer — disse. (A.N.)