O Poeta e o Cronista
BNB Exclusivo
Por Etelvis Faria

Poetas são incisivos, cronistas, também!
Aliás, em um mundo em que quase ninguém lê, escrever é de fato tarefa para os incisivos e persistentes
.
Eis que o primeiro sai em visita ao segundo, num sábado a tarde, lá vem ele, sobe o morro, e nem tão esbaforido grita meu nome. Vou de encontro ao poeta, o recebo num aperto de mão amigável, (e se ele estivesse armado?).
Poetas são reacionários, sacam logo uma poesia, forçam a rima, nos atiram na cara, e seguem.
Foi então que ele me disse:

- Boa tarde ou bom dia?!?
Pensei comigo, lá vem! Mas respondo:
- É boa tarde, mas pode ser bom dia!
Ele ri.

Sou cronista, faço pausas, não rimas, senão o leitor não respira!

Fazemos uma visita ao meu atelier/oficina,( o poeta insiste em chamar de oficina), ele têm seus motivos, justifico que um atelier é um espaço de criação, ele torce o nariz.
Falamos de nossos trabalhos "de verdade", ele Jornalista, eu, Marceneiro, pois poesias e crônicas não enchem a barriga de ninguém. 
Depois seguimos à minha casa e  pergunto:

- Água depois café?
Ele responde categórico:
- Café forte sem açúcar, leite para adoçar.
O poeta explica que não pode consumir açúcar, e o leite adoça o amargo do café. Entre um café e outro, conversamos por mais de uma hora.

Foi-se o poeta, ao sair, lavou a louça e reparo que havia uma mancha no exterior da xícara e pensei:
"Será que ele viu? Se viu, vai entender, afinal, além de Jornalista e Poeta, ele também é meu amigo.
Que volte mais vezes!

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    Nino Bellieny

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