E foi dada a largada: quem chega primeiro? Quem muito fala ou de quem se ouve falar?

 

A pergunta me surgiu após uma publicação do jornalista Nino Bellieny sobre os “prefeitáveis” de Itaperuna para as eleições de 2020.

De fato, se pode comparar à uma corrida, talvez até mesmo à uma maratona, não muito pela distância a ser percorrida, mas pelo grande número de potenciais candidatos. Algo talvez inédito na recente história política da Cidade da Pedra Preta.

Voltando ao questionado, esse mundo vai girando e à cada ciclo eleitoral, vemos surgir especulações acerca daqueles que podem vir a assumir a cadeira maior do Executivo Municipal.

E de onde nasceu a pergunta? Talvez da necessidade de externar o inconformismo pela velha política, ou pelas ações dos velhos políticos (velhos aqui não na sua cronologia, mas acima de tudo no seu modo de agir – modus operandi, numa alusão ao direito criminal).

Entendo que, há muitos políticos que simplesmente desaparecem, como se entrassem em modo de espera, uma hibernação eleitoreira, e isso no seu sentido pejorativo mesmo, afinal aparecem apenas às vésperas das eleições.

Contrariamente ao que se esperava de uma população bem instruída, esses “seres de luz” que se escondem nas trevas, como em um passe de mágica, se teletransportam para nossa realidade cotidiana, passam a ser os mais comentados em todos os cantos da cidade.

Mas como assim, se nunca se comprometeram com nada, e de uma hora para outra são alçados a condição de pretensos mandatários do Município?

Transparência zero e atitude nula, talvez seja exemplo de como se chegar ao poder.

Não concordo, pois em um mundo cada vez mais conectado em redes sociais, onde tudo se sabe a respeito de todos, esconder-se não é um pretexto, é uma confissão de culpa.

Principalmente para homens que se dizem públicos.

Só sei dizer que a velha política ou os velhos políticos, tem perdido espaço. A política se faz dia a dia porque a vida é política, e cada vez mais o cidadão comum tem percebido e cobrado.

 

Se eu pudesse dar só um conselho para esses “prefeitáveis”, ou melhor, para os políticos em geral, seria o seguinte: Não se esconda atrás de você mesmo. Isso porque, quando estão falando de você, nem sempre estão falando bem, e o que você fez para provar que estão errados? Absolutamente nada, pois não debate, não se põe à prova.

 

Uma pergunta cuja resposta seria teoricamente simples, passa a não ser mais tão simples, afinal à primeira vista poderia se dizer que tem mais chance quem é muito falado. Mas o político famoso, na maioria das vezes também se esconde e só aparece quando bem lhe convém.

 

Já quem muito fala, está sempre debatendo, acertando, errando, apanhando e batendo. Por isso mais vulnerável aos ataques, mais desgaste sofre. Por outro lado também torna-se mais bem preparado para o debate, mais perto dos problemas e mais à vontade para tratar de assuntos contemporâneos.

 

Filio-me na corrente dos que preferem os que se expõem, aos que se escondem; aos que falam, em detrimento dos que se calam; aos que batem e apanham, aos que ignoram e passam voando sobre a cidade em chamas.

 

Ser omisso e viver de aparência ou da fama, é como construir um castelo sobre a areia, uma hora vem a chuva e  tudo desmorona.

 

Então, quem chega primeiro: quem muito fala ou quem é muito falado?

A resposta, não sei, só em 2020. Quero os “prefeitaveis” falando e não se calando e que chegue na frente quem represente o melhor para o município.