Eu vi...
04/05/2019 08:34 - Atualizado em 04/05/2019 08:34
Eu vi!!! Há mais ou menos um mês eu vi um cego enxergar... Na semana passada eu vi uma mulher que estava na cama há dois anos conseguir se sentar e ter outros progressos... E então me pergunto: porque esperamos por milagres “mirabolantes” se somos instrumentos de Deus!
E o que vi foi fruto do milagre da “Caridade”!!! Palavra e ação em extinção! Vivemos em um mundo em que as pessoas a todo tempo “representam” e não se incomodam com o “humano”, com a caridade pura e simples, que tornaria o mundo muito mais afável, confiável, amoroso e terno... ao invés de vivermos nesta “selva de pedra”.
“Vivenciar a caridade significa colocar em prática todos os ensinamentos provenientes de Deus. Ela é, acima de tudo, o resultado da própria transformação íntima, que nasce em silêncio e lentamente no fundo de cada um. A caridade é discreta e sigilosa. Não quer ser vista e nem falada. Ela é o amor em movimento. É a energia que circula nos corações fraternos dos simples de alma. Silenciosa, ativa e desapegada. Transforma prantos em alegrias, a fome em grãos e a solidão em companhia. A caridade não tem partido, religião ou pátria. Ela simplesmente é. E basta.”
O que eu vi e presenciei é fruto desta caridade que com tão pouco podemos fazer. Ajudar através do conhecimento, do coração, do tempo que dispomos a isso, a tirar um documento, a encaminhar uma pessoa, a ligar para a fila do SUS, a interceder para conseguir um exame, uma roupa, um barbeiro, mas principalmente o AFETO. Que ao afetarmos o outro ser humano, sejamos capazes de ver a vibração do outro como numa cadeia de dominó, a levar o bem, a bondade e o serviço ao outro!
João 3:17,18 “Filhos, não amemos de palavras e nem de boca, mas em ação e em verdade.” Falamos tanto, apontamos tanto, somos doutores em julgar, achar soluções e a conceber preconceitos... E no entanto, com tão pouco, faríamos tanto!
Eu vi “Seu” Rui Barreto Custódio, morador de rua do Mercado Municipal, voltar a enxergar depois de 7 anos, através de vários anjos aqui da terra, a conseguir seus documentos de novo, e mais do que isso, se sentir GENTE, se sentir amado, a amar também! Eu vi Marie, receber uma cama de hospital e depois de dois anos, voltar a sentar e iniciar uma nova trajetória de vida com fisioterapeutas que tem a “alma” nas mãos e no coração!
Seu Rui, quanta gratidão pela sua confiança em todos os seus “anjos” de que tudo daria certo, quanto orgulho de sua coragem e confiança depositada. Quanta gratidão a Deus pela sua vitória!!!
Se cada um de nós tivéssemos um olhar demorado e profundo ao nosso redor, e ao invés da “língua” usássemos as mãos, o mundo seria menos hipócrita, mais verdadeiro e imensamente mais humano e amoroso!
É isso que Deus espera de nós! Que possamos ser instrumentos de Paz, Bem querer e Amor ao próximo! E estes pequenos e ao mesmo tempo “grandes” milagres iriam se multiplicar por todos os lugares.
Eu acompanhei... eu senti o perfume de Jesus e nesta caminhada quero a cada dia poder ser melhor.
A vida pede coragem e força de vontade. É preciso sairmos da zona de conforto! Coloquemos as nossas energias em movimento e a serviço dos nossos projetos de vida e da comunidade em que vivemos! Vamos parar de reclamar e de nomear responsáveis! Podemos e devemos interferir com amor e fazer a nossa parte!
O porto é o lugar mais seguro para um barco, mas ele não foi feito para ficar lá seu destino é navegar... Coragem...
E como nos diz Padre Fábio de Melo... “O olhar apressado é a matriz de todo preconceito. Acho que vi, mas não vi, e o pior, digo que vi, sem ser visto. Jesus só olhou o mundo sem pressa. E por isso ele era capaz de ver o que ninguém via. Olhou Madalena e não viu a prostituta que todos viram. Via a mulher, viu o ser humano que precisava ser resgatado dos olhares apressados que a condenavam... Eu não sei como anda o seu olhar sobre si mesmo. Não sou conhecedor da pressa ou da calma do seu olhar. Uma só coisa eu sei, e sobre isso quero lhe dizer. Há em você um universo de verdades a ser descoberto. Há uma humanidade linda que ainda precisa passar pelo processo do florescimento. Não sabe por onde começar? Eu lhe dou uma dica. Comece a prestar atenção no jeito como você se enxerga, no jeito como você se trata, no jeito como você se interpreta... Veja o avesso de suas inseguranças. Há uma coragem que você precisa enxergar. Ela é necessária como o pão de cada dia. Hoje é dia de olhares demorados...”
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Com afeto,
Beth Landim

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