A onda de assaltos na BR 101, no trecho entre Manilha e Niterói, conhecido como “Terra de Ninguém”, continua a assustar motoristas que transitam pela rodovia. Na manhã deste domingo (28), outro caso foi registrado. Em um vídeo gravado e enviado por leitor, imagens mostram o momento em que veículos são abordados por assaltantes armados. Após roubarem ocupantes de dois carros, os bandidos vão na direção de outros, que estavam parados. Um balanço da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostra que, nos dois primeiros meses de 2019, 196 veículos foram roubados na BR 101. Também foram registrados 40 roubos de carga no mesmo período.

De acordo com a PRF, no km 309 da rodovia, em São Gonçalo, foi registrado um roubo de um veículo Hyundai HB 20, às 12h25 desse domingo. O vídeo enviado por leitor, no entanto, foi gravado minutos antes, quando os assaltantes faziam as abordagens. Ninguém ficou ferido durante a ação. O órgão informou que o policiamento está reforçado na BR 101.

Os crimes têm sido denunciados desde julho de 2018 pelo blog Ponto de Vista, de Christiano Abreu Barbosa, hospedado no Folha 1. À época, de acordo com o blogueiro, a cada semana, havia “pelo menos um relato de violência na estrada, seja assalto, tentativa de assalto, arrastão, perseguição de carros, bandidos circulando com armas em punho e/ou carros fugindo de ré”.

No dia 23 de agosto, em outra postagem, o Ponto de Vista trouxe o caso de um farmacêutico que foi assaltado e baleado no trecho da rodovia. O homem, de 50 anos, voltava para casa com a família quando foi abordado. Por não perceber a ordem de parada dos bandidos, ele foi baleado no rosto. Quando notaram que o motorista estava ensanguentado, os assaltantes abordaram outro veículo.

Diante dos crimes, em dezembro do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal e a Autopista Fluminense fecharam um quilômetro de trechos clandestinos que davam acesso à rodovia e facilitavam a fuga de bandidos. Os locais, sem sinalização, com entrada e saída proibida de veículos na rodovia, eram usados também por moradores, gerando vulnerabilidade a acidentes.