Ao apresentar nessa quarta-feira (17), no Cineclube Goitacá, o documentário “Timoneiro”, de Pedro Murad, sobre o poeta e compositor Hermínio Bello de Carvalho, e o vídeo do show “Chico Buarque do Brasil: 70 anos” com a cantora Joyce, realizado em 2014 na Academia Brasileira de Letras, o professor e pesquisador de cultural popular, Marcelo Sampaio, ressaltou a importância de se prestigiar o artista brasileiro, que, muitas vezes, é esquecido.

Lembrou, ainda, que “um dos grandes problemas do Brasil é a falta de zelo com a preservação de nossa memória em todas as áreas e em todos os níveis. Como pesquisador de música popular brasileira posso afirmar que os nossos compositores não devem nada aos nossos melhores escritores. Garanto que o nosso país é o único onde a nata da música popular se equivale à nata da literatura. Para mim trata-se de um compromisso histórico-artístico-cultural trazer audiovisuais como estes para serem vistos e debatidos no Cineclube Goitacá, que é dos poucos espaços de resistência da cultura na cidade de Campos”.

Após fazer uma apreciação da obra de Hermínio Bello de Carvalho, Marcelo destacou a qualidade do documentário pela sua autenticidade. “Vê-se que não há nada ensaiado, tudo acontece naturalmente. Quanto a Hermínio, é um ser de luz e excelente compositor”, disse. Sobre “Chico Buarque do Brasil: 70 anos”, foi enfático: “O intuito é reverenciar o maior compositor brasileiro de todos os tempos que este ano completa 75 anos. É o mínimo que podemos fazer por ele. Como disse Tom Jobim, Chico ‘é um gênio da raça’. Precisa falar mais alguma coisa? Lógico, que não”.