Sem desfiles de blocos, escolas de samba e bois pintadinhos em 2017 e 2018, Campos ainda não sabe quando terá seu Carnaval. Pela segunda vez neste ano, a Prefeitura alterou as datas da festa. Foram publicados na edição desta sexta-feira (22) do Diário Oficial os cancelamentos dos editais de chamamento público para captação de apoio e patrocínio e para inscrição das agremiações carnavalescas credenciadas a desfilar. Também foi cancelado o termo de autorização do Centro de Eventos Populares Osório Peixoto (Cepop) nos dias 27 e 28 de abril, quando seria realizado o Festival de Cultura Popular Carnaval 2019. Não foram divulgadas oficialmente as novas datas, deixando no ar uma incerteza para os foliões.

Inicialmente, o Carnaval campista aconteceria nos dias 16 e 17 de março, duas semanas após os desfiles no Rio de Janeiro. Questionado para matéria anterior sobre a primeira mudança, o presidente da Associação dos Bois Pintadinhos de Campos (Aboipic), Marciano da Hora, justificou que o motivo era a necessidade de um prazo de até dois meses para que o Cepop fosse liberado pelos órgãos competentes.

Ontem, Marciano da Hora não comentou a alteração de data. Pediu que a reportagem ouvisse a presidente da Fundação Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima, que não atendeu as ligações da reportagem (às 15h28 e 18h03). Em nota, a FCJOL informou que publicará novo chamamento público para captação de apoio para a realização do Carnaval 2019, além de nova data, “já que há necessidade de maior tempo para liberações das autorizações pertinentes à segurança do evento”.

— A Prefeitura tem feito esforços no sentido de tentar viabilizar juntos aos carnavalescos os recursos para realização do desfile das escolas. A criação da Comissão Oficial de Organização do Carnaval, por exemplo, foi fundamental para fortalecer institucionalmente a categoria e estimular a regularização daquelas que, por ventura, não estivessem regularizadas. Nos primeiros chamamentos não houve a presença de parceiros, mas a Prefeitura continua buscando meios, junto aos carnavalescos, para realização do evento por meio de patrocínios, assim como aconteceu na Bienal do Livro e no Verão Farol 2019 — diz a nota.

Representante da União da Esperança, escola que mais vezes venceu o Carnaval campista, Wallace Vicente lamentou a mudança de data: “Vai ficar um pouco pior, porque o desfile vai ficar mais distante, num mês mais frio. E vai ser um carnaval com verba reduzida”.